Temos um dos sistemas financeiros considerados mais seguros e digitais do mundo, mas ainda assim, algumas transações ainda não parecem tão fáceis de usar como um app qualquer. Em alguns bancos, receber um aviso SMS quando seu cartão é utilizado ainda é complicado, e quando existe um aplicativo, nossa, ele é tão labiríntico que você tem preguiça de usar.
Enxergando nesse problema uma oportunidade, uma startup brasileira resolveu agir. Surgia a Nubank, uma empresa de serviços financeiros que quer facilitar a forma como lidamos com nosso dinheiro e nossos bancos. O primeiro produto lançado pela Nubank é um cartão internacional da marca, da bandeira MasterCard, que promete uma experiência muito mais agradável.
A partir do site, os interessados podem fazer um cadastro e solicitar um cartão, com um crédito pré-aprovado de até 1.000 reais. Tudo é preenchido online, e a comprovação da sua identidade é feita com fotos do seu documento, enviados a partir da interface do próprio aplicativo. Depois disso, basta aguardar alguns dias para receber o seu cartão Nubank em casa, pelo correio.
Dentre os milhares de clientes aguardando o seu convite para experimentar a novidade, eu fui uma das primeiras. O cartão roxinho parece mais fininho do que os tradicionais, e por isso aparentemente mais frágil, mas isso para mim não é nenhum problema, já que a intenção de utilização é mais voltada para compras online. Talvez no dia a dia o cartão possa se danificar com mais facilidade, devido ao tira-e-põe nas maquininhas de crédito.
Assim que o cartão chega, a ativação é feita pelo próprio aplicativo. Nada de precisar ligar para a central, ou acessar o seu internet banking e brigar com guardiões digitais e tokens de acesso. Ao fazer uma compra, o aplicativo notifica quando, onde e em que valores ela foi realizada, mostrando na tela o seu extrato e o limite de crédito restante. Tão simples que até surpreende. Nenhum papel, nenhuma assinatura, tudo diretamente no meu smartphone e com uma interface agradável. “A anuidade deve ser um absurdo”, pensei comigo mesma, mas a surpresa foi boa: nenhuma taxa é cobrada pela Nubank (!)
“Vimos que existe muita oportunidade para atender um segmento de mercado de pessoas mais jovens e apaixonadas por tecnologia, que não precisam e não querem o atendimento presencial em agências”, explica o colombiano David Velez, CEO da Nubank, em entrevista ao B9. Junto com Cristina Junqueira (brasileira) e Edward Wible (americano), os três fundadores escolheram o Brasil para iniciar as operações da Nubank por conta do tamanho do mercado, pela representatividade do público jovem no país e por saberem que os preços dos serviços financeiros por aqui são exagerados, com juros muito altos e tarifas desnecessárias.
“Existe quem não precise e não queira o atendimento presencial em agências” – David Velez, CEO da Nubank
“Atualmente, 50% da população brasileira tem menos de 30 anos, e são pessoas que não querem pagar por uma estrutura física que não usam. Por isso desenvolvemos um modelo 100% digital e com processos muito mais simples. Queremos ser a nova geração de serviços financeiros no Brasil”, almeja Velez.
“Já que não precisamos pagar por uma estrutura física de um banco, entre outros custos de infraestrutura, podemos passar essa economia para nossos clientes no formato de produtos sem taxas, juros mais baixos e um excelente atendimento”, explicou o CEO em entrevista ao TechCrunch.
Lógico que um limite de no máximo 1.000 reais não vai resolver todas as suas compras do mês, mas acredito que mesmo agora nesse início, o Nubank pode ter bons usos. Quem sabe ele pode ser um cartão de crédito de adolescentes, com a fatura a ser paga pelos pais, ou aquele cartão específico para compras online, com a segurança de um cancelamento que pode ser feito de forma super rápida através do próprio aplicativo. Por enquanto, o Nubank ainda está em uma fase experimental, meio ‘soft open’, e está liberando o acesso aos interessados vagarosamente, oferecendo apenas uma bandeira (MasterCard), mas há intenção de expandir os serviços em breve.
“Queremos amadurecer nossa base de clientes com o cartão no Brasil, mas sabemos que há oportunidades em outros países, em especial na América Latina”, sinaliza Velez.
Post originalmente publicado no Brainstorm #9
Twitter | Facebook | Contato | Anuncie