Acordei em um lugar estranho. A cama era confortável, e quando me virei, vi água, um oceano inteiro. Eu estava levemente enjoado. Havia passado minha primeira noite no cruzeiro mais moderno do mundo, mas nem mesmo as tecnologias bilionárias são páreo para o Oceano Atlântico.
Esse navio possuía 20 restaurantes, e eu sabia que algum deles servia café.
“A gente perdeu o café da manhã?” perguntei para minha namorada enquanto procurava uma camiseta na minha mala bagunçada. “Você sabe?”
“Eu não tenho a mínima ideia”, ela balançou a cabeça. “Não tem um aplicativo para isso?”
“O aplicativo acha que o cruzeiro já terminou”, reclamei. Em algum ponto da viagem, o aplicativo que deveria ser meu concierge particular durante todo o cruzeiro começou a exibir uma mensagem de “Tenha Um Bom Retorno”, me indicando o local onde eu deveria retirar minha bagagem. As funções de bordo haviam desaparecido, mesmo com o navio estando inegavelmente no meio do oceano.
Na minha mesa, escondido em uma pasta onde eu a havia enfiado distraidamente, estava uma versão impressa do itinerário do dia. Nós não havíamos perdido o café da manhã, mas teríamos que andar o que pareciam quilômetros até a outra extremidade do navio. O aplicativo bem que poderia ter nos guiado até lá. Ao invés disso, seguimos as placas nas paredes.