Instalar um novo cabo transoceânico de internet exige um trabalho enorme, especialmente se for no Ártico. A Arctic Fibre tem grandes planos para se aventurar através do gelo e de um fundo não-mapeado do oceano, a fim de colocar um cabo que enfim ligará Londres e Tóquio diretamente.
O cabo transártico é, talvez, a nossa versão do século XXI para a Passagem do Noroeste, uma rota direta entre Europa e Ásia que os exploradores vêm procurando desde o século XVIII. Essa rota seria feita através do Ártico, mas não existia na época. Só que, devido ao aquecimento global, a região não fica mais congelada de forma totalmente sólida no verão.
Nem por isso é fácil explorar o Ártico: navios lança-cabos só podem operar sem quebra-gelos durante um período limitado entre agosto e outubro, o que complica toda a operação.
Mas, antes que os cabos sejam feitos, todo o comprimento do percurso tem de ser mapeado para encontrar fossos e outros perigos. Cada comprimento do cabo é então feito sob medida para o seu determinado trecho no fundo do oceano. A IEEE Spectrum tem um relato fascinante de como todo o processo funciona:
Neste verão, a equipe vai embarcar em um navio – como o RV Geo Explorer, do EGS Group – e mapear cada metro do caminho proposto. Eles vão usar vários tipos de sonares, que medem ecos em diferentes formas para escanear e mapear diferentes profundidades, riscos de deslizamento e vulcões ou abismos inesperados.
Sob a água, um detector de metal chamado magnetômetro vai ajudá-los a ficar longe de equipamentos de pesca descartados ou cabos que já tenham sido implantados. Com base em todos estes dados, os inspetores vão criar mapas e traçar um caminho para o cabo, às vezes em áreas que nunca foram mapeadas antes.