E um certo dia você decide que quer seguir carreira solo. E vai. Solo ou semi-solo, já que quase sempre essa decisão envolve um sócio ou parceiro. Aconteceu comigo e estou vendo acontecer com diversas pessoas do meu meio (mídias sociais) e de outros também (publicidade e, principalmente, assessoria de imprensa). Gente que tomou essa decisão não por falta de oportunidade de emprego, mas porque observou a chance − comprovada − de ter mais qualidade de vida ao mesmo tempo em que gera negócios com ótimo custo x benefício para clientes que não têm budgets milagrosos para contratar grandes agências.
Estes contratantes, pessoas físicas e jurídicas, têm hoje uma opção: as “eugências”. A primeira vez que ouvi este termo foi de um parceiro, a Agência Ploc. O próprio dono, claro, me ligou e falou: ” você tem uma ‘eugência’, como eu, certo?”. Não deve ser um termo novo, mas foi a primeira vez que ouvi e adorei. Nada define melhor essa nossa empreitada.
Não saímos de um emprego para sermos freelas, saímos para montar uma estrutura própria que permite o home office − uma tendência que não pode mais ser ignorada, principalmente em grandes cidades como São Paulo −, permite criar uma rede de parcerias que oferece soluções para vários tamanhos de empresas e várias necessidades com uma grande vantagem: por não pagarmos aluguel de uma sala na Faria Lima, estacionamento na Paulista, computadores e redes de última geração para uma grande equipe, conseguimos oferecer aos clientes um ótimo trabalho, com custo reduzido.
Somos profissionais jovens e com a natureza empreendedora, mas com experiência suficiente para atender de forma eficiente os clientes. À primeira vista, principalmente para grandes empresas, geramos insegurança: “ué, todos os seus funcionários trabalham em casa?”. Sim, trabalham. “E funciona?”. Sim, muito melhor do que em um ambiente em que parte do tempo as pessoas pautam a rádio peão, na outra parte tomam café e, entre um trabalho e outro, fingem que fazem algo enquanto aguardam a hora de bater o cartão. Todos nós, donos de “eugências” já passamos por isso e, provavelmente, foi o que nos impulsionou a mudar.
Nenhuma “eugência” é de um “eu” sozinho, a diferença é que os parceiros e funcionários não precisam, necessariamente, compartilhar a bancada para que o trabalho funcione. Numa era em que Facebook, WhatsApp, Skype, Dropbox, acesso remoto (…) já foram criados, por que vamos perder tempo no trânsito para realizar reuniões que − muitas vezes − poderiam ser evitadas?
Com o tempo e um bom serviço, os contratantes convencem-se dos benefícios desse novo formato. É possível investir menos, ter um bom retorno sobre o investimento e, ainda por cima, serem atendidos pelo dono da agência, aquele que tem mais experiência na equipe, todos os dias. Ou seja, certeza de estratégia, planejamento e consultoria, não só execução.
Não é uma estrada certeira nem tampouco uma highway, não é fácil conquistar e manter clientes, não ter salário fixo… mas o que temos em comum é o bom relacionamento com clientes antigos, uma boa rede de amigos e colegas dispostos a nos indicar e um bom serviço, que garante que o boca a boca sobre a agência seja tão intenso quanto o que criamos para os contratantes. Os benefícios para nós? Fazer aquilo que sabemos e amamos, muitas vezes de pijamas, e sem precisar da parte ruim − que nem precisamos dizer qual é, pois todo mundo que trabalha em agência conhece bem e, em algum momento da vida, pensou: “como faço pra fugir?”
Por Ana Flavia Lacchia, sócia da Chez Social, “eugência” formada por ela e pela sócia Lucia Zaidan que, neste momento, faz um ano sabático em viagem pelo mundo. Passou por agências de comunicação como Ketchum, Publicom, X-Press e atendeu ou coordenou o atendimento de mais de 40 clientes de grande e médio porte em assessoria de comunicação e mídias sociais. Hoje, com 9 meses, a Chez Social presta serviço de conteúdo e relacionamento nas mídias sociais a cerca de 15 clientes de diversos segmentos.
O post O potencial das “Eugências” apareceu primeiro em Blog Mídia8! » Comunicação digital e redes sociais.