A história lembra que a tecnologia progride na velocidade da Lei de Moore, sempre galopante entre semicondutores e velocidades de frequências. Mas o desafio pra valer sempre foi fazer as pessoas a aceitarem em suas vidas. E como Alexis Madrigal, na Atlantic, nos lembra, isso significa, de tempos em tempos, vencer preconceitos enraizados na sociedade.
A história é a seguinte: o GRiD Compass foi, para muitos, o primeiro notebook do mundo. Era vendido, em 1982, por US$ 1.850, o que na época era um valor bem alto. (Cerca de US$ 20 mil hoje.) Mas ele vendia mesmo assim. E quando não, geralmente o motivo não era o preço, mas a implicação social de digitar.
Abaixo, um exemplo desse motivo, de acordo com Jeff Hawkins, que estava lá no começo das vendas:
“Isso é algo intrigante. Nós tínhamos esse produto. Ele era feito para executivos. E o maior obstáculo, um dos maiores obstáculos que tínhamos para vender o produto era o fato de que, acredite ou não, ele tinha um teclado. Eu estava em vendas e marketing. E vi pessoalmente. Naquela época, 1982, os executivos, na casa dos 40 e 50 anos, não tinham nenhum computador ou teclado em seus escritórios. Isso era associado a ser parte do pessoal dos departamentos de secretariado ou processamento de texto (lembra desse nicho?). E então você colocava essa coisa nos escritórios e eles diziam, ‘Saia daqui!’ Era como ser rebaixado. Eles ficavam realmente desconfortáveis com aquilo.”
Outro motivo para essa aversão aos computadores é que esses executivos não sabiam digitar, e um cara em posição de liderança que pareça fraco em seu local de trabalho não dá muito certo. Felizmente a computação se popularizou e esses fantasmas ficaram no passado, certo? [The Atlantic]