O artigo abaixo foi escrito por Mauro Amaral no portal Carreira Solo, focado em dicas para freelancers.
O cenário não é novo e se repete, provavelmente, desde que Moisés subiu no monte. Devem ter prometido algo do tipo: “Olha serão 35 leis revolucionárias, impressas em papiro e bordados a ouro”.
Chegando lá, a voz nem tão tonitroante como no começo do processo, admite que, “sabe como é, o orçamento do reino celestial é mais curto do que os mortais imaginam, os anjos me custam os tubos com aquela mania de cítaras de ouro e as pesquisa indicam que precisamos ser mais conservadores no tom da mensagem”
Para encurtar a história e entregar o projeto, haja visto que o público estava se matando no vale abaixo, o patriarca teve que se contentar com duas placas de pedra e o redator só teve o orçamento aprovado para 10 leis. Enfim, coisas da vida.
Ele nunca mais me ligou…
E na sua vida de Profissional Freelancer não será diferente. Poucos não serão os clientes que chegarão prometendo mundo e fundos, uma casa decorada e escola para os filhos que vocês terão juntos e, no final, você vai entregar apenas aquele site com cinco seções, o mais institucional possível. Mas até aí, vida que segue.
A questão que motiva este post é aquela que surge quando você acredita num cenário que não existe. Prepara sua agenda e conta bancária para um mega portal e acaba fazendo apenas um banner. E tomando um belo calote ainda. Casos como esses acontecem e, evita-los (o famoso “Como Dizer Não”) é mais do que “o pulo do gato”; é a oitava vida do felino.Mas vamos as dicas:
- Quando o cliente, que não é da área, chega decupando um escopo completo, tente intuir se ele não está apenas repetindo a fórmula que acabou de ler na revista da moda. Se você está sempre antenado e é leitor das publicações do meio, vai sacar logo. Um projeto imenso pode ser apenas fruto de desconhecimento
- Treine o olho para sacar se os planos do cliente são enormemente distantes da realidade de seu negócio. Uma pequena padaria criar uma rede social em quatro línguas? Eu sei, é difícil resistir. Mas, respire fundo. Ambição não é defeito. Falta de noção, é.
- Tem uma pergunta clássica que resolve mais da metade dessas situações que é saber quanto o cliente está disposto a gastar. Com disse recentemente: “…você pode saber sem perguntar qual é a faixa de orçamento do projeto para o qual você está sendo cotado. Saber sem perguntar evita que você pareça desesperado por aquele Freela (mesmo que esteja) ou que quer fazer um preço de ocasião, o que deve ser evitado.” Leia as dicas deste post destacado e treine em avaliar de quanto o cliente REALMENTE está falando. Depois você pensa no escopo.
- Outra dica que sempre funciona é, mesmo se o cliente insistir no escopo astronômico, você ser sutil o suficiente para concordar discordando. Como você faz isso? Simples: crie um faseamento que, além de representar a evolução natural do projeto; crie uma faixa de segurança – baseada aí na experiência que você tenha de seu mercado -, do que é possível, do que é factível e do que é vendável. Serve de termômetro para os dois, no que se refere ao trabalho de um e de outro.
E existem aqueles momentos…
Em que tudo dá certo. Ou até mesmo que você foi contratado para fazer um pequeno trabalho e viu sua participação aumentar, seu escopo crescer, o orçamento idem e todos foram felizes para sempre. Às vezes dá certo. Por isso estamos aqui.
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Crédito da foto: specialkrb
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