Artigo por Lucas Pimenta Júdice
Aventure-se ao Google e pesquise as tendências para as startups em 2015 e verá uma série de matérias relevantes sobre apostas de especialistas para esse ano que já começou turbulento, sobretudo no mercado brasileiro e as baixas esperanças de crescimento no setor de inovação e tecnologia (sim, cortes de incentivos federais).
Pessoalmente tenho vários palpites para 2015, e acho que – ao contrário das apostas totalmente negativas, aposto que esse ano será de muito avanço qualitativo (educação empreendedora em todos os setores do ecossistema startup), mas não necessariamente financeiramente quantitativo (investimento ou desinvestimento).
A oferta de dinheiro (investimentos) estará restrita e (ainda) mais conservadoras, pois os investidores estarão receosos do que está por vir. Mas é esse mesmo medo da economia e, ainda mais, o eventual colapso ou pré-colapso econômico (ainda que especulativo) que estiga mentes empreendedoras a se movimentar.
Vê-se, a exemplo, Portugal. A economia abalada há anos fomentou a movimentação criativa e o ímpeto individual pela busca do sonho de ser dono do seu próprio nariz (afinal, empregos estavam – ou ainda estão, cada vez mais escassos). E disso vimos em 2014 um crescimento das startups portuguesas, com especial atenção ao trabalho do Startup Portugal – grupo de fomento lusitano.
No Brasil, a linha pensante colonial não fugiria muito: espera-se (ou enfrenta-se) o caos para uma mudança de comportamento. Junta-se à expectativa de crise a alta notoriedade que o mundo “startupeiro” tomou no País, o que acaba por incentivar a vontade de “emancipação laboral”: “já é hora de pedir as contas”!
Não raro vimos matérias do estilo “Saiba quando é a hora de abandonar seu emprego” e/ou “Fulano largou emprego de X mil para um sonho”, dados que, num turbilhão, cria uma moda empreendedora.
Aliás, tais impulsos são ótimos e o Brasil agradece, pois é só com risk-takers que se quebra paradigmas.
Nessa linha de raciocínio é que acreditamos num 2015 com receio financeiro, mas com uma vontade criativa/empreendedora grande, sendo, portanto, uma aposta positiva de crescimento qualitativo: aprimoramento empresarial, estudo da cultura de business, expansão de network, estudo de modelos internacionais, aproximação do mercado, e, sobretudo, o boom do título de investidor anjo.
Não que venham a investir em 2015, mas pessoas com capacidade financeira entrarão no grupo seleto de Anjos para que 2016 (a depender dos resultados desses achismos econômicos) seja um ano de botar a mão no bolso. Ou seja, mesmo os anjos passarão por um processo qualitativo de entender o que é ser um Anjo.
Numa outra ponta da corda, estão as guerrilheiras startups, vencendo um leão a cada dia. E 2015 será um ano de muito aprendizado a elas, sobretudo com vários tropeços que terão à frente.
Prova de que a melhoria qualitativa veio para ficar em 2015 é a alta oferta de recursos acadêmicos do mundo startup e a mão de obra “especializada” em growth hack – e ainda vai crescer mais. E há espaço para todos, principalmente para as empresas nascentes que poderão aproveitar do que tem de melhor (ou de pior), com a opção de barganhar entre as tantas opções de mercado.
Mas isso não deixa de ser um amadurecimento geral da cultura empreendedora no Brasil. Assim seguimos na expectativa de que o próximo “Facebook” venha do Brasil. E ai… Será a sua startup a próxima empresa que passa a barreira de alguns bilhões de dólares?
Imagem: Three blue stools and wall clock in the waiting room via Shutterstock
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