Imagine que em um belo dia ensolarado a sorte bate à sua porta. Por acaso você começou a conversar com um milionário que não sabia mais o que fazer com tanto dinheiro… Papo vai, papo vem, você vê que ele é gente boa, que ele pensa o mesmo de você e ele lhe diz o seguinte: “Tenho R$ 1.000.000,00 que eu gostaria de investir em algum empreendimento. Você tem alguma proposta para me apresentar?”
E aí? Você tem alguma proposta para apresentar? Um plano de negócios? Ou pelo menos uma grande idéia na ponta da língua?
E não me venha com “iria investir na bolsa, em imóveis, em algum empreendimento…”. Se é pra investir desta forma, o milionário faz sozinho. Ele quer uma proposta, um projeto, um plano. Algo concreto que mostre que você realmente está preparado para receber aquele aporte de um milhão de reais.
Devemos esperar a oportunidade para daí pensar no que fazer com o investimento ou será que devemos ter o planejamento pronto para assim que aparecer o investimento você já ter toda a base pensada?
E se a sorte bater na porta?
Esta questão me faz lembrar da história do Ozires Silva, criador da Embraer. Desde adolescente ele se perguntava por que o Brasil não podia produzir aviões como faziam os Estados Unidos. Para todos, era uma idéia sem pé nem cabeça, mas isto não o convencia.
Então, após entrar na Aeronáutica, Ozires começou a planejar e sonhar sua empresa de aviões durante anos. O Ministro da Aeronáutica da época apoiava a iniciativa, mas não daria um centavo para colaborar! E a busca de recursos em empresas também não gerou resultado.
Até que em um feio domingo de chuva a sorte bateu na sua porta. Devido a uma tempestade o vôo do Presidente da República, Arthur da Costa e Silva, teve de fazer um pouso forçado na cidade de Ozires. E como não havia nenhum representante do governo para receber o Presidente, sobrou para Ozires Silva esta tarefa (domingo, chovendo…). O que aconteceu? Naquela uma hora o Presidente sofreu a maior lavagem cerebral de sua vida. E a partir dali nasceu a Embraer.
Sorte? Se considerarmos sorte como estar no lugar certo, na hora certa e preparado; é, foi sorte sim! O caso do Ozires é apenas um dos inúmeros “sortudos” que nós conhecemos por aí.
Um milhão na frente sem planejamento na mão
Como vimos no post anterior, você não precisa de um milhão de reais para iniciar um empreendimento. Com pouco, ou quase nenhum dinheiro, é possível iniciar algo. Mas, se alguém quer investir em você, também não vai fazer mal, não é?! Mas se você não estiver preparado para a sorte, ela não vai lhe abraçar.
Se eu lhe apresentasse ao Eike Batista, Silvio Santos, Mark Zuckemberg e à presidente Dilma, ia adiantar alguma coisa? Ou você só ia falar sobre o Corinthians campeão da libertadores ou sobre o Palmeiras campeão da Copa do Brasil?
Moral da história: pare de reclamar que os outros têm mais sorte e comece a trabalhar para merecê-la!
Sonhar grande ou pequeno dá o mesmo trabalho
Então por que sonhar pequeno? Em grandes empresas os funcionários tem de 15% a 20% de todo o seu tempo disponível para dedicar a algum projeto pessoal. Faça isso também com o seu tempo pessoal. Dedique algumas horas por semana para pensar num projeto grande. Num projeto monstruosamente grande. Num projeto que talvez você jamais tivesse capital sozinho para bancar.
Você vai observar que, misteriosamente, se o seu projeto fizer sentido, algumas oportunidades irão aparecer. Pessoas influentes, potenciais parceiros, potenciais clientes e até potenciais investidores irão cruzar o seu caminho.
Sabe por que isso vai acontecer? Porque você vai estar buscando isso e vai estar falando sobre isso. Assim, quem sabe aquele seu amigo que só conversava sobre futebol (ou moda no caso das mulheres) vai lhe indicar alguém (um milionário que não sabe o que fazer com tanto dinheiro) para escutar sobre o seu projeto.
E aí, quando você terá algo relevante para apresentar aos meus colegas investidores?