Em algum lugar em um universo paralelo, a minha versão na Terra 2 digita este artigo em um novíssimo Commodore Amiga tomando uma lata de Crystal Pepsi quando seu Palm Pre 4 toca com uma nova chamada em vídeo do CU-SeeMe. Infelizmente, neste universo daqui, nem sempre os melhores produtos vencem.
Meu filho crescerá no mesmo mundo cruel onde os consumidores escolheram o VHS em vez do Betamax e o Blu-ray no lugar do HD-DVD. Ele nunca terá o prazer de fazer backup dos seus arquivos em um drive Iomega Jaz ou um Avatar Shark 250, porque quando a maioria de vocês votaram com as suas carteiras, vocês votaram nos candidatos errados.
Para finalmente dar algum crédito a quem (há muito) é devido, aqui estão 12 das mais incríveis tecnologias que você não pode comprar. Valeu muito, todo mundo, vocês arruinaram isso para… todos nós.
Sente-se nostálgico por super gadgets já esquecidos? Avram Piltch, da Laptop Mag, nos leva a um passeio por entre eletrônicos que nunca tiveram uma chance.
Viliv N5 e outros UMPCs
Claro, você ama seu smartphone, mas ele é capaz de rodar a versão completa do Microsoft Office, ou do Photoshop? No final da última década, uns poucos intrépidos fabricantes vendiam notebooks de 4 ou 5″ que não eram muita coisa maiores que os celulares grandões de hoje. O melhor dos chamados UMPCs (abreviação de Ultramobile PCs) era o Viliv N5, de 2010, que roda Windows 7 em sua CPU de 1,3 GHz e tela de 4,8″ com resolução de 1024×600.
Com 435g do N5 em seu bolso, você podia escrever programas de verdade, construir sites ou editar comentários, tudo em um dispositivo em formato de concha que cabia no bolso e possuía um generoso teclado QWERTY. Infelizmente, os consumidores focaram sua afeição em tábuas lisas como o iPad. Acabou para mim as sessões de programação enquanto esperava o metrô. Culpa de vocês.
Palm Pre
Ah webOS, a mim parece que você viveu na época errada e se foi cedo demais. Seu hardware se desgastou muito antes que o seu software — se é que algum dia ele envelheceu. Quando foi lançado no Palm Pre em 2009, o webOS e sua atraente interface baseada em cartões era cheia de possibilidades. A UI bacaníssima conquistou muitos seguidores leais e depois que a HP adquiriu a Palm, houve alguma esperança de que o webOS pudesse ser a próxima grande plataforma móvel. A HP chegou a prometer que o software seria instalado em todos os seus PCs!
Infelizmente, o caso amoroso entre HP e webOS virou pó antes que você pudesse dizer “casamento da Kardashian”. Apenas 49 dias após lançar seu primeiro tablet com webOS, o TouchPad, a HP decidiu acabar com todos os hardwares com webOS. Se mais pessoas tivessem comprado o Pre e o Pre 2, a plataforma ainda estaria brigando pelo terceiro lugar, em vez de apenas o Windows Phone 8 e o BlackBerry.
Commodore Amiga
É difícil de acreditar, mas em 1990 o Commodore Amiga era tão bom quanto a Apple ou um Wintel. Esse desktop tinha um sistema operacional 32 bits e habilidades multimídia e multitarefa que estavam à frente do seu tempo. Os usuários do Amiga editavam vídeos enquanto o resto de nós aprendíamos a jogar Paciência com um mouse.
Porém, em 1994 a Commodore estava fora do jogo e o sistema dominante era o Windows. A empresa simplesmente não vendia o bastante. Em um universo alternativo, o Amiga tomou o lugar do Mac como a plataforma dos profissionais criativos em algum ponto de 1997 e hoje estamos todos usando notebooks Amiga para editar vídeos, editorar revistas, mixar álbuns e retocar fotos.
HP Omnibook 300
Em 1993, a HP lançou o Omnibook 300, um notebook com um mouse embutido que pulava para fora de um compartimento à direita. Enquanto usava o leve mouse, ele permanecia ligado ao computador por um pauzinho de modo que era impossível perdê-lo. Sim, era meio esquisito, porque o mouse era tão pequeno e você não podia usá-lo no colo, mas a ideia era brilhante.
Se os usuários tivessem comprado o Omnibook 300 em grandes quantidades, a HP provavelmente veria como obrigatório continuar desenvolvendo o mouse embutido em seus notebooks. Em algum lugar da Terra 2, o mouse que salta do computador está em todos os notebooks da HP e a concorrência se vira para apresentar as suas próprias versões do recurso.
Apple Newton
O primeiro e melhor dos PDAs, o Newton durou apenas cinco anos e oito modelos, mas deixou um impacto profundo. Embora o dispositivo tenha tido um início conturbado devido ao fraco reconhecimento de escrita, a qualidade e precisão melhoraram um bocado na época em que o Newton OS 2.0 foi lançado, em 1997.
Se o Newton tivesse vendido o suficiente para sobreviver além de 1998, ele acabaria ganhando cores como seu rival da Palm ganhou. A Apple provavelmente teria entrado no mercado dos smartphones bem antes de 2007. Melhor ainda, os smartphones e tablets da Apple seriam construídos para suportar canetinhas, algo a que Jobs era contrário, mas está se tornando um tanto popular em dispositivos como o Galaxy Note II e o LG Intuition.
BeBox e BeOS
Na Terra 2, o brilhantismo e a beleza do BeOS causaram fizeram o sistema desbancar Windows e Mac OS anos atrás. Nos anos 1990, a habilidade multithreading do BeOS era tão boa que eu podia copiar arquivos para um disquete sem deixar todo o sistema lento. Porém, o melhor recurso desse sistema operacional alternativo era a sua interface limpa e atraente, completa com barras de títulos eficientemente espaçadas.
Na metade da década de 1990, o chairman da Be Inc., Jean-Louis Gasse, tentou vender seu sistema para a Apple, mas as duas empresas não chegaram a um acordo acerca do preço. Como resultado, a empresa de Cupertino comprou o NeXT de Steve Jobs e usou o NeXTSTEP em vez do BeOS como base para o Mac OS X. Se os usuários tivessem pensado diferente e comprado mais do que as 1800 BeBoxes vendidas na época, a plataforma superior teria sobrevivido por conta própria.
Notebook de duas telas Kohjinsha DZ Series
De acordo com uma pesquisa da Microsoft, acrescentar um segundo monitor aumenta a sua produtividade entre 9% e 50%. Infelizmente, quando você está em trânsito com seu notebook, fica limitado a uma tela. Não precisava ser assim.
Em 2009 a Kohjinsha lançou seu DZ Series, um notebook com duas telas idênticas de 10″ que ficavam uma do lado da outra, acima da sua base. O DZ, que também foi vendido sob a alcunha de Onkyo DX, era o dispositivo multitarefa definitivo, mas os consumidores japoneses não compraram tantos deles para manter a linha. Embora uma nova geração de monitores portáteis USB torne fácil carregar uma segunda tela contigo, nada melhor do que ter os dois embutidos diretamente no seu notebook.
Acer Iconia 6120
Um tablet com duas telonas. O que pode ser melhor que isso? Que tal um notebook Windows totalmente funcional com duas telas de 14″ sensíveis a toque? Com o Acer Iconia 6120 você podia escolher digitar em um grande teclado virtual, fazer anotações na tela de baixo ou dobrar o equipamento para ter uma experiência com tablets bem espaçosa.
A Acer também incluiu seu menu Ring bacana que aparecia quando os usuários colocavam cinco dedos na tela. Dali eles podiam abrir a TouchBrowser (que se esticava ao londo das duas telas) e o SocialJogger para mostrar atualizações de redes sociais. Sim, esse híbrido era caro, mas pense no quão boa uma versão mais fina com Windows 8 seria.
HP Jornada e outros HPCs
O Google tem empurrado seus Chromebooks, todos voltados para a nuvem, como máquinas leves e duráveis para substituir notebooks Windows. Mas a Microsoft encabeçou a febre dos mini-notebooks econômicos muito antes de eles serem descolados. Em meados dos anos 1990, a Microsoft e seus parceiros OEM lançaram dispositivos de 7 a 9″ que chamavam de Handheld PCs. HPCs como a linha Jornada, da HP, rodavam o Windows CE, uma versão reduzida do Windows instalada na ROM, enquando todos os dados locais eram guardados em um SSD.
Como os tablets de hoje, os HPCs acordavam instantaneamente e duravam horas em uma única carga. A maioria não tinha Wi-Fi embutido, mas você podia acrescentar usando um cartão. Infelizmente, os consumidores não compreendiam o valor de um HPC e eles desapareceram. Se mais pessoas tivessem comprado sistemas como o HP Jornada 820 ou o IBM ThinkPad Z50, a era da computação always-on teria se iniciado anos atrás.
Kyocera Echo
Você nunca será tão rico, tão magro ou terá tanto espaço em uma tela. A Kyocera ratificou esse discurso em 2011 quando lançou o Echo, um dispositivo Android com duas telas que permitia que você usasse ambas como se fosse uma só ou uma delas em um modo super legal Simul-Task que permitia rodar um app diferente em cada tela. Você ainda podia usar o painel inferior como um teclado.
Infelizmente, o Echo foi solenemente ignorado e a Sprint parou de vender o dispositivo no segundo semestre de 2011. Não vimos nada parecido com ele desde então. O smartphone não tinha 4G e seu design era grandalhão, mas em um universo paralelo onde ele foi um grande sucesso, todos os fabricantes agora têm dispositivos com duas telas rodando Android 4.1 e com LTE.
Motorola Lapdock
Os smartphones com dois e quatro núcleos de hoje oferecem desempenho de um computador, logo, por que não transformá-los em um? Em 2011, a Motorola lançou sua Lapdock, um combo de teclado/touchpad/tela de 10″ que transformava o Atrix, um smartphone Android, em um notebook. O Lapdock rodava o Webtop, um sistema operacional proprietário com funcionalidade limitada, mas você podia surfar na web usando o Firefox.
Mais tarde, a Motorola incrementou a sua linha com o Lapdock 500, de 14″, que trazia um teclado em tamanho completo, multitarefa melhorada e uma webcam. Infelizmente, a Motorola anunciou há poucos meses que descontinuaria toda a linha de Lapdocks. Gostaria que Google e Motorola tivessem insistido um pouco mais e arriscado um Lapdock com Chrome OS.
Sega Dreamcast
No mundo dos consoles, o Sega Dreamcast é conhecido como aquele que se foi. O primeiro sistema a oferecer gráficos de 128 bits e conectividade via modem, o Dreamcast, de 1999, marcou a última iniciativa da Sega no negócio de consoles domésticos. Depois que mais consumidores compraram o PlayStation 2 da Sony, a Sega mostrou a bandeira branca por volta da virada do século.
Entretanto, eu consigo imaginar onde a indústria de jogos estaria hoje se a Sega tivesse feito dinheiro suficiente para continuar construindo seu próprio hardware. Talvez estaríamos com um Dreamcast 3 ou 4 a essa altura, com recursos que desafiaram Microsoft e Sony pela liderança no setor.
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