Sabe quando você pega um cara de uma banda que você adora, outro cara de outra banda que você adora e imagina como seria se eles tivessem uma outra banda juntos?
Na história da música, a formação de supergrupos é uma prática comum entre membros de bandas distintas. Pretensões à parte, alguns deles fizeram bastante sucesso e deram muito certo sob o ponto de vista musical. Em alguns casos, entretanto, tudo não passou de uma mera escalação de estrelas num time sem técnico, e o fracasso veio impiedoso.
Me dá um pouco de medo quando escuto que um novo “supergrupo” vai ser formado. O exemplo mais recente, pra mim, é o Superheavy. Imagine esta formação: Mick Jagger, Joss Stone, Dave Stuart (ex-Eurythmichs) , Damian Marley e o músico indiano A R Rahman.
O line-up é promissor, né?
Pois bem, essa mistureba de estilos tão distintos aconteceu e seu primeiro single saiu no finalzinho do ano passado. Pra mim, não funcionou muito bem, mas às vezes pode ser a sua praia. Dá uma olhada:
Acho difícil juntar estilos tão diferentes, porque parece que todos os peixes estão fora d’agua. Não me soa natural o Mick Jagger cantando num reggaezão como este, assim como me soaria igualmente estranho ver o Damian Marley berrando em cima de um riff de Keith Richards.
Nos famigerados anos de ouro do grunge, um grupo que nasceu de uma mistureba e que deu muito certo foi o Temple Of The Dog. A banda foi o bolo resultante da mistura entre Pearl Jam e Soundgarden, e seu single Hunger Strike virou um dos grandes hits de sua época.
Mais recentes, dois supergrupos vieram à tona com grande pompa e bons resultados: Chickenfoot e Them Crooked Vultures.
O Chickenfoot reuniu superestrelas do rock em 2008: Sammy Haggar e Michael Anthony, do Van Halen, Joe Satriani e também o Chad Smith, do Red Hot Chili Peppers. Coisa finíssima. Apesar do tempo curto de duração da banda, lançaram dois álbuns.
O Them Crooked Vultures juntou o todo-poderoso-do-rock atual, Dave Grohl com o mestre John Paul Jones, do Led Zeppelin e Josh Homme, do Queens Of The Stone Age. Só isso. : )
E deu nisso:
Outro supergrupo ultra bem-sucedido dos ultimos anos é o Audioslave. Junção de Chris Cornell, ex-Soundgarden, com Tom Morello, Tim Commerford e Brad Wilk, do Rage Agains The Machine. Lançaram 3 discos e muitos hits, mas a divergencia musical entre seus membros acabou dissipando o grupo mesmo depois do estrelato.
Nos anos 80, o Traveling Wilburys virou um dos supergrupos mais famosos da história por juntar na mesma formação ninguém mais ninguém menos do que George Harrison, Roy Orbison, Tom Petty, Bob Dylan, Jeff Lynne e Jim Keltner. PQP!
Durou só dois anos e, entre muitos sucessos, produziu esta pérola pop aqui:
Só para citar mais alguns, nos anos 60, Jeff Beck, Jimmy Page e Eric Clapton – três jovens que viriam a se tornar três dos maiores guitarristas da história – fizeram parte dos Yardbirds. Nos anos 80, estrelas do rock progressivo também se juntaram para fazer o Asia. Nos anos 70 surgiu o Bad Company e o Rainbow, dois supergrupaços. Este ultimo, com Ritchie Blackmore, Dio, Cozy Powell… só para citar alguns. Se a gente quiser migrar para outros estilos, também dá: é só pegar os dois quintetos clássicos do Miles Davis e a banda que ele formou na época de sua fase elétrica para perceber que foram 3 super-mega-blaster-giant-grupos. Era sempre muita gente boa por nota.
E a lista de supergrupos é imensa, mostrando que esta “mania” sempre bem-vinda existe desde que a música é música. Só temos a agredecer as iniciativas dos nossos ídolos em criarem projetos paralelos com outros ídolos “só para se divertir”. Quem se diverte é a gente.
Se você pudesse montar seu dream team da música, que escalação ele teria?
Post originalmente publicado no Brainstorm #9
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