Entre as novas profissões que andam aparecendo nos últimos tempos, os gurus de inovação vêm ganhando destaque no mundo corporativo. Cargos como CIO (Chief Innovation Officer) se tornaram cada vez mais comuns nos organogramas das empresas, principalmente em startups de tecnologia. Mas será que é possível criar métodos pré-formatados para pensar de forma mais criativa? Essa é a pergunta feita por um artigo publicado hoje (dia 9) na Fast Company. Escrito por Jens Martin Skibsted, fundador da fabricante dinamarquesa de bicicletas Biomega, o texto questiona as fórmulas prontas de criatividade adotadas pelo mercado ultimamente.
Basicamente, a reflexão proposta por Jens é a seguinte: será que é possível formatar processos corporativos que garantam o surgimento de ideias disruptoras? Se estabelecermos a inovação como conceito de pensamento não-linear, ficará difícil pensar na viabilidade de processos baseados em respostas fabricadas. Criatividade e inovação são resultados de espontaneidade, referências, liberdade de expressão e autonomia para execução. Ou seja, não adianta simplesmente criar cargos, promover workshops e elaborar missões institucionais se o ambiente como todo não oferece as bases para esse tipo de pensamento livre.
Em vez das respostas fáceis e confortáveis dos gurus, não seria mais interessante começar a abordar os processos criativos da empresa de dentro para fora? Assim como a tecnologia, a inovação nunca deve ser tratada de forma isolada ou ficar sob a responsabilidade de algum gênio criativo. Por isso, sempre desconfie de um guru autoproclamado de alguma coisa. Apostar no desenvolvimento de talentos e liberdade de trabalho a longo prazo pode não enfeitar um press-release com cargos hypados. Mas é o que garante um futuro de boas ideias para o negócio.