A Microsoft fez uma limpa em sua alta cúpula, e nessa dança das cadeiras saíram os dois executivos mais influentes que vieram da Nokia após a aquisição. Stephen Elop, vice-presidente de Dispositivos e Serviços, e Jo Harlow, chefe de celulares, vão deixar a empresa.
A saída de Elop foi anunciada em um e-mail de Satya Nadella, CEO da Microsoft, aos funcionários. “Stephen e eu concordamos que agora é o momento certo para ele se aposentar da Microsoft”, diz Nadella. “Lamento a perda de liderança que isto representa, e estamos ansiosos para ver qual será seu próximo destino.”
Daqui para a frente, haverá uma nova área chamada Windows e Dispositivos que concentrará a equipe de engenharia do Windows e de hardware – isso inclui o Surface, HoloLens, Microsoft Band, Xbox e Lumia. Ela será comandada por Terry Myerson.
Cavalo de Troia?
Para os teóricos da conspiração, este parece ser o ponto final da estratégia “cavalo de Troia” que Elop teria seguido: sair da Microsoft – ele era chefe do Office até 2010 – comandar a Nokia, enfraquecê-la, vendê-la para a Microsoft e ir embora.
Elop negou os rumores em 2011, quando a Nokia anunciou que adotaria o Windows Phone, dizendo que não tomou essa decisão sozinho:
A resposta óbvia é não. Garantimos que toda a equipe administrativa estivesse envolvida no processo, e, claro, o conselho administrativo da Nokia é o único que pode tomar uma decisão tão significativa sobre a Nokia. Eles tomaram a decisão final na quinta-feira à noite.
Na época, porta-vozes da Nokia diziam que essa teoria foi motivada por funcionários insatisfeitos, após demissões e acordos de terceirização.
Elop se tornou conhecido pelo memorando da “plataforma em chamas”, uma metáfora para a situação em que a Nokia se encontrava em 2011: ou fazia algo radical – a parceria com a Microsoft ainda seria anunciada – ou morreria de vez.