Um novo estudo do Pew Research sobre os hábitos de mídia social dos adolescentes norte-americanos tem alguns resultados surpreendentes. Eles ainda estão no Facebook em massa, com Instagram e Snapchat logo atrás. Mas 33% relataram estar usando o Google+. Empatado com o Twitter! Inacreditável.
A tentativa do Google de fazer de uma rede social não conseguiu muita atenção do público em geral, apesar de a rede ser bastante usada por quem acompanha tecnologia. Mas adolescentes? Isso parecia improvável. E de fato, os números do Google+ merecem um olhar mais atento.
Por um lado, uso não significa uso regular. A diretora associada do Pew Research Director Amanda Lenhart explicou que o estudo analisou dois pontos de dados: se você usa um serviço de alguma forma e se ele é o serviço que você usa com mais frequência. Quando os números foram discriminados assim, 33% dos adolescentes no estudo relataram usar o Google+, mas apenas 5% disseram que é a rede social que eles mais utilizam.
E há outra explicação para mais de um terço dos jovens estarem no Google+: a rede social forçou a integração com o YouTube e outros serviços do Google.
Como Lenhart salienta, “o que é desafiador sobre os dados do Google+ é saber quantos adolescentes distinguem a rede do conjunto de outros produtos do Google — muitos dos quais estão essencialmente agrupados no ponto de vista dos usuários; além disso, alguns deles podem ser necessários para a escola — por exemplo, pense no Google Docs para fazer trabalho em grupo com os colegas.”
Em outras palavras, adolescentes provavelmente não estão pensando sobre a rede social do Google ao responder a pergunta sobre o uso do Google+ — mas eles provavelmente também não têm em mente os trabalhos escolares. Em uma medida que desagradou praticamente todo mundo, o Google obrigou uma integração entre o YouTube e o Google+ em 2013, tornando obrigatório ter uma conta Google+ para comentar e utilizar as funcionalidades do YouTube — antes, elas eram independentes da nave-mãe da empresa.
O uso dos adolescentes do Google+ sem dúvida está vinculado ao YouTube, onde eles se alimentam um vasto ecossistema de “celebridades” YouTubers que eu nunca ouvi falar, o que me faz me sentir como uma velha gritando com as crianças no quintal. Mas outra questão a ser analisada é a seguinte: e se os jovens estiverem usando o Google+ porque os pais, tios e avôs não estão por lá? Você sabe: quando você é jovem, pode ser bem constrangedor usar uma rede social e de repente se deparar com um comentário sem noção feito por pais, tios ou primos mais velhos que não entendem direito como a internet funciona. Será que o Google+ poderia se tornar o refúgio dos adolescentes justamente pelo fato de quase ninguém usá-lo como rede social? [Pew Research Center]
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