Há uma tendência horrível e crescente nos cantos escuros da internet: usar ferramentas de administração remota (RAT) para tomar controle de webcams ao redor do mundo.
O ArsTechnica fez uma longa e excelente matéria sobre o mundo sombrio de hackers de webcam. Eles se encontram em fóruns como o HackForums e são chamados entre si de “ratters”. No fórum, além de trocar imagens conseguidas nas webcams dos “escravos” (é assim que eles chamam as vítimas), eles também trocam dicas – de como, por exemplo, desativar o led que indica que a webcam está ativada e, assim, continuar observando a pessoa do outro lado da câmera sem que ela perceba. Eis alguns trechos da matéria do Ars:
“A mulher é vista a milhares de milhas de distância no computador do hacker. A máquina tela está infectada com uma ferramenta de administração remota (RAT) que dá acesso à tela da mulher, à webcam, aos arquivos, ao microfone. Ele observa ela e o bebê através de uma pequena janela de controle aberta no seu PC, e então decide se divertir um pouco. Ele entra em uma série de sites pornográficos e observa eles aparecem no computador da mulher…”
“Operadores RAT tem praticamente controle total dos computadores infectados; eles navegam entre as imagens particulares da pessoa em busca de fotos erótias para compartilhar online. Eles até têm estratégias para observar onde as mulheres podem guardar as fotos que podem comprometê-las”
“Para muitos ratters, no entanto, a espionagem permanece mais como um jogo. Pode ser um hobby estranho, mas aparentemente não tem nada demais invadir a máquina de alguém, vasculhar arquivos pessoais e assistir silenciosamente por trás das telas. ‘Muitas das minhas escravas são entediantes”, escreve um ratter aspirante. “Queria conseguir mais garotas com webcams. É mais excitante quando você pode literalmente espionar alguém. Mesmo que essa pessoa não esteja tirando a roupa!”
“Um postador diz que já arquivou 200GB de material de suas escravas. ‘Na maior parte das vezes eu pego as melhores coisas (o que é engraçado, a coisa ‘boa’ [sexual) e categorizo (nome, endereço, senhas, etc.) apenas por diversão’, ele diz. ‘Não acho que esteja fazendo algo pervertido, é mais como um jogo, perseguição de gato e rato com bônus. A coisa estranha é, quando eu vejo a pessoa que espionei na vida real, e já passei por isso algumas vezes, e isso me faz rir, especialmente quando é alguém com um hábito bem estranho.'”
Por mais que a maioria das pessoas faça só por “diversão”, alguns casos são bastante preocupantes – como uma mulher que não saiu do quarto por uma semana após ter seu laptop grampeado por um rapaz que usava as fotos dela como forma de extorsão. A matéria excelente do ArsTechnica tem muito mais informações e pode ser lida – em inglês – aqui. [Ars Technica]