Em 2013, a CIA liberou documentos antes confidenciais reconhecendo a existência da Área 51 como um complexo de pesquisas super-secreto do governo dos EUA. No entanto, muitas perguntas sobre o local permanecem sem respostas. Uma das mais inócuas, mas ainda assim difíceis, é a escolha do seu nome. Sobram teorias a respeito, mas uma explicação plausível é que o nome venha da sua designação como uma área de testes para armas nucleares.
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A Área 51 está situada no deserto no sudoeste do estado de Nevada, dentro da extensão da Base da Força Aérea em Nellis (NAFR, em inglês) e no nordeste da Área de Testes de Nevada (NTS). Próxima dela, há a Base de Testes de Tonopah (TTR). A Área 51 foi palco de alguns dos testes de armas mais importantes realizados no planeta durante o século XX.
Ela faz parte de um complexo maior com área de 14 mil km². Além do isolamento, a região apresenta outras qualidades que a torna um lugar perfeito para conduzir testes e treinamentos secretos. O clima árido oferece condições de voo superiores, a variedade de terrenos ajuda na prática da artilharia, e diversos leitos de lagos secos estão disponíveis como locais de pouso emergenciais, incluindo o Lago Groom – situado a norte da Área 51.
Assim, no começo dos anos 1940, terras públicas e privadas foram reunidas a fim de estabelecer no local a Base de Artilharia e Bombardeio de Las Vegas (LVBGR, hoje a NAFR e a TTR), que foi usada durante toda a 2ª Guerra Mundial como “uma base de artilharia aérea para os pilotos da Aeronáutica”.
Testes nucleares
Quando a Guerra Fria começou, havia uma necessidade quase palpável de desenvolver e testar armas nucleares. A região estéril e praticamente desabitada das redondezas da Área 51 foi identificada como o lugar ideal. Assim, uma boa parte da porção sul da LVBGR foi separada na já mencionada NTS, para testar uma variedade de itens nucleares.
Apesar de Las Vegas estar a apenas 104 km da borda sudeste, aqueles envolvidos na escolha do local minimizaram eventuais perigos à população. Enrico Fermi disse na época “que as pessoas talvez recebam um pouco mais de radiação [ionizada] que as autoridades médicas dizem ser absolutamente segura”.
Os testes nucleares começaram na NTS em seu canto a sudeste, um local conhecido como Frenchman Flat (FF), em 27 de janeiro de 1951. Depois que as quatro bombas remanescentes da série Ranger foram detonadas (e estudadas), também na FF, os locais de quase todos os testes seguintes na NTS (com algumas notáveis exceções) foram identificadas por números de “área”, começando com a série Buster-Jangle entre outubro e novembro de 1951 na Área 7. Isso garantiria que “qualquer ‘encarregado’ saberia onde um teste seria conduzido… [e] o mesmo sistema ainda é usado hoje.”