Quando estão rabiscando o plano de negócios, alguns empreendedores olham com temor para concorrentes de grande porte. Será possível sobreviver à competição com eles? Outros admiram essas gigantes pelo que já conquistaram no mercado.
Mas poucos param para pensar que essas robustas corporações podem estar olhando com inveja para startups e pequenos negócios, afirmam os consultores Karl Stark e Bill Stewart.
Em um artigo publicado no site da revista Inc., eles apontam quatro vantagens competitivas de companhias menores – e que podem ser usadas para turbinar seu crescimento.
1. Ser mais ágil
Na intrincada cultura corporativa, até a estratégia mais simples em geral precisa de dezenas de aprovações antes de sair do papel. Nada disso acontece no ambiente empreendedor de quem está começando ou ainda tem pequeno porte.
É por isso que muitas inovações e divisores de águas no mercado surgem nesses pequenos negócios. A flexibilidade de quem está nesse estágio faz com que esses empresários sejam mais interativos e experimentem bastante no desenvolvimento de seus produtos.
As grandes companhias tentam simular esse clima desenvolvendo incubadoras para pequenas iniciativas, mas elas são separadas da estrutura da empresa.
Uma cultura ágil permite a pequenos negócios reagir rapidamente a mudanças de mercado e se beneficiar das oportunidades que elas trazem.
2. Produzir pela metade do preço
Quase toda pequena empresa tem uma dificuldade encravada em seu DNA: a falta de recursos financeiros – ou de uma poupança extra para dar tranquilidade ao caixa. Por isso mesmo, têm de ser muito engenhosas.
Enquanto isso, as grandes companhias estão cheias de dinheiro, e centenas de milhares de reais são desembolsados sem grande esforço, por isso nem sempre elas estão atentas a modos de reduzir eficientemente seus custos.
A atenção e o esmero para reduzir custos nos pequenos detalhes permite a startups manter uma estrutura financeiramente enxuta e favorece a rentabilidade de seu negócio.
3. Assumir riscos
Correr riscos faz parte da cultura empreendedora. Investir em um produto incerto ou em um mercado em definição faz com que pequenas empresas sobrevivam e possam competir com as de maior porte, que geralmente desistem de aproveitar uma nova oportunidade por avaliar que essa ação pode impactar o negócio principal ou que o novo mercado é modesto demais para merecer o investimento.
Já os empreendedores menores percebem que essas oportunidades pouco ameaçam seu negócio e que explorar um nicho de mercado pode ser bem lucrativo, por isso se arriscam mais nesse terreno.
A habilidade de explorar mercados ignorados por grandes firmas protege as pequenas empresas de competição excessiva. Assim, elas podem refinar seu produto ou serviço e saem na frente para proteger sua posição no mercado.
4. Ouvir o cliente e inovar
Nos Estados Unidos, pequenas empresas geram 13 vezes mais patentes de invenção do que as grandes corporações. Como estão mais próximas dos consumidores, também podem entender melhor suas necessidades se prestarem atenção ao que eles estão dizendo.
Essa é a chave para inovar: a proximidade faz com que pequenas companhias estejam mais aptas que as grandes para responder a essas necessidades – nesse terreno, as gigantes costumam patinar. A inovação é guiada pela compreensão dessa demanda – e por sua satisfação, claro.
Estabelecer essa conexão com os clientes é o fator-chave para estar sempre na dianteira da inovação.
É claro que grandes companhias têm muitas vantagens sobre as menores na exploração de mercados. Mas, antes de invejá-las, o empreendedor iniciante deve saber que as gigantes, muitas vezes, desejam ser como as ágeis e inovadoras pequenas.