Esta pergunta era feita pelo psiquiatra Viktor Frankl logo que seus novos pacientes adentravam em seu consultório. Frankl foi o criador da logoterapia e ficou mundialmente conhecido após a publicação do seu livro “Em Busca de Sentido”. Muitas pessoas passam por crises, muitas crises. Umas pessoas reagem e outras sucumbem à dor. Eu já passei por crises pequenas, crises médias e uma grande crise. O que me levou a passar a apreciar este fenômeno que acontece com todo ser humano e a recomendar a meus amigos e leitores do blog que aproveitem ao máximo os momentos de crise.
SE SUA VIDA ESTÁ PÉSSIMA PORQUE VOCÊ AINDA NÃO SE MATOU?
Cá entre nós, se você realmente não serve para nada e não agrega qualquer valor ao mundo, por que, afinal, ainda não se matou? Porque veja bem, isto é uma coisa bastante lógica de se perguntar. Quando um animal está em sofrimento, beirando a morte e sua existência se transformou em uma grande dor para todos, é normal sacrificarem o bicho. Porque então nós não nos matamos já que a nossa vida está indo de mal a pior?
Todos nós buscamos um sentido na vida. Seja doar-se a nossos filhos, trabalhar por uma causa nobre, ganhar rios de dinheiro ou elevar-se espiritualmente. Não importa muito em que nos apeguemos. Porém, o interessante é notarmos que nesta busca por um sentido, todo “sentido” é maior do que nós. Doar-se aos nossos filhos ou ganhar rios de dinheiro é algo que está fora de nós e portanto, devemos dedicar a nossa vida nessa busca. Trabalhar por uma causa nobre ou elevar-se espiritualmente também é algo que está fora, ou acima de nós, como preferir. Buscamos esse sentido, para por um fim na frustração de encararmos o fato de sermos apenas insignificantes.
E TEM GENTE QUE SE ACHA
No livro “Qual é a tua obra? ” do filósofo Mario Sergio Cortella, é exposto de forma muito interessante o que nós realmente somos. Não é uma teoria criada por Cortella, mas uma constatação de uma Verdade. Cada um de nós, seres humanos, somos um entre 6,4 bilhões de indivíduos, pertencente a uma única espécie, entre outras três milhões de espécies classificadas, que vive num planetinha, que gira em torno de uma estrelinha, que é uma entre 100 bilhões de estrelas que compõem uma galáxia, que é uma entre outras 200 bilhões de galáxias num dos universos possíveis e que vai desaparecer certa hora. Talvez, depois dessa constatação, não dê mais para sair por aí falando: “Você sabe com quem está falando?”
VIVENDO AS CRISES
Tudo o que falei até aqui, foi para convidar o estimado leitor a viver suas crises plenamente, não fugir delas. É preciso vivê-las! Primeiro, porque precisamos de um sentido para viver e segundo, porque somos tão insignificantes que nossa vida não faz a menor falta ao mundo, a não ser façamos realmente algo por ela. Não que façamos a diferença, mas que sejamos a diferença para nós.
Nas crises, é quando temos a oportunidade de enxergar claramente o que não queremos mais. Quando saí do Rio de Janeiro e vim para Curitiba com dívidas para todos os lados, passei mais ou menos um mês sem almoçar. Na hora do almoço, na empresa que trabalhava, eu sempre arranjava uma desculpa para não ir para onde meus colegas de trabalho estavam indo e ficava andando uma hora pensando na vida. Dei valor a cada almoço que comi após esse período porque percebi com clareza o que não queria mais para mim. Da mesma forma que também percebi que não queria cultivar inimizades e nem causar problemas para outras pessoas, como tinha feito até ali. Eu sabia claramente o que não queria e o que queria, criando uma visão muitíssimo clara do meu futuro.
Na crise, você chora, reza para Deus e qualquer santo, pede perdão por aquilo que fez e o que não fez. Conversa até com árvore se for preciso para se abrir. Você vive o pior dos seus momentos. Você entra em crise total. Sua vida desmorona e você fica ali, de forma insignificante e sendo esmagado pelas consequências dos seus atos mal refletidos. É o fundo do poço para você. E se já somos insignificantes, como Cortella demonstrou anteriormente, na crise somos menos ainda.
MAS NÃO SE MATE! PROCURE O PORQUÊ!
Quando você decide algo, novas possibilidades se abrem. Por exemplo, você decide não carregar mais culpa dentro do seu coração e a transforma em responsabilidade. Culpa você sente pelas coisas do passado, coisas que não dá para mudar. Responsabilidade você assume pelo futuro que está construindo agora. Assuma a responsabilidade pela sua vida insignificante e dê um motivo para ela não ser tão insignificante assim. Ela ainda será insignificante assim como a minha e a de todos os outros, mas se você for a diferença que deseja em você, já basta, seu exercício de personalidade estará concluído.
Chegue ao porque da sua vida e esteja pronto para morrer e não se suicidar.
Músicas da versão em áudio deste post:
- The Sisters of Mercy – Lucretia, My Reflection
- Bauhaus – Stigmata Martyr
- Martin O’Donnell – Finish The Fight
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