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Para a Intel, o momento atual é o “correto” para se investir no Brasil, independente da chegada de eventos como a Copa e as Olimpíadas. “O Brasil é o terceiro maior mercado de computadores, não houve nenhum fator pontual para anunciarmos esse aumento na escala do nosso investimento da inovação”, disse Fernando Martins, presidente da Intel Brasil, em uma conversa por telefone comigo.
Eu e Fernando tiramos um horário para falar sobre o anúncio feito pela Intel na semana passada: a companhia anunciou parcerias com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e com o Ministério da Educação para financiar e viabilizar a pesquisa e o desenvolvimento de tecnologias da informação e da comunicação nas áreas de educação, energia e transporte. A parceria faz parte do TI Maior, um programa do Governo Federal para fomentar a tecnologia da informação no país.
Segundo Fernando, a Intel “olhou a sociedade brasileira” e identificou as áreas em que o país já estava investindo. “Estamos alinhados com o TI Maior e a sociedade civil”. Ele explica que o investimento será feito por meio da criação de “células” em diversas regiões do país, que receberão projetos de pesquisa financiados pela Intel e pelo governo. “Não será um laboratório, porque se eu colocar um laboratório num lugar só, eu vou escolher mal. Queremos trazer mais diversidade de pesquisadores”, disse.
As células serão criadas por meio da identificação de universidades e parceiros que se identificam mais com projetos das áreas escolhidas. Parte do financiamento vem da Intel e outra parte do governo, se ele assim decidir. Os projetos serão avaliados de acordo com seus méritos individuais, diz ele. No total, a Intel espera mobilizar até 300 pesquisadores, entre colaboradores, pesquisadores de universidades e bolsistas, para os próximos cinco anos, com um investimento de R$ 300 milhões.
O foco da geração de conhecimento estará no software, nas ferramentas de visualização e simulação de extração de petróleo do pré-sal, nos programas de educação, na computação de alto desempenho, na segurança, nas tecnologias para o emplacamento eletrônico de carros e nas soluções para melhorar a gestão de trânsito de passageiros e carga.
Mas o que a Intel ganha com isso?, perguntei. Fernando me respondeu que essa criação de propriedade intelectual para a sociedade aumenta o mercado e as pessoas acabam consumindo mais produtos da Intel. Segundo ele, faz sentido para a Intel investir na geração de conhecimento.
O presidente da Intel Brasil lembra que a iniciativa não representa a entrada da Intel no mercado da inovação e sim um “aumento da escala” do investimento. Ele afirma que a companhia esteve envolvida em projetos como o “um computador por aluno”, sobre a inserção da tecnologia na educação brasileira.
O TI Maior inclui o programa Start-Up Brasil, que viabilizará a criação de startups no país. Veja aqui tudo o que o Startupi já falou sobre o assunto.