Não. Não são os torcedores fanáticos das equipes que vão disputar a partida. Esses podem até conseguir um ingresso, pagando o valor de face de US$ 500, caso sejam sorteados. É como o esquema FIFA que enfrentamos na Copa do Mundo. Porém, estima-se que apenas 2% (isso, dois por cento) dos 71.000 ingressos chegue nas mãos do público geral.
75% dos tickets vão direto para os 32 clubes da liga. O restante é retido pela NFL, que os distribui para patrocinadores, empresas parceiras e órgãos oficiais. Isso tem gerado um mercado paralelo especulativo sem precedentes no negócio esportivo, já que claramente os detentores dos ingressos estão mais interessados em gerar lucro do que assistir ao jogo.
A TiqIQ, que agrega e monitora ofertas, revela que a entrada de um evento nunca custou tão caro. Faltando dois dias para o jogo, o preço médio dos ingressos disponíveis ultrapassou 10 mil dólares.
No passado, a NFL já declarou considerar a revenda antiética e, em alguns casos, até ilegal. Mas a própria liga tratou de oficializar o negócio, criando em 2008 o serviço Ticket Exchange em parceria com a Ticketmaster.
Jogadores e comissão técnica não podem vender seus tickets acima do valor de face, mas os donos das equipes podem desde que não façam isso na cara dura. Segundo o USA Today, é por isso que eles repassam para agências de viagens, que vendem os ingressos como parte de pacotes maiores.
Existe inclusive um evento chamado NFL On Location, criado pela própria liga, que oferece esquema de luxo e conveniência dentro do estádio no dia do jogo. Dessa forma, ingressos que custavam originalmente 2.500 dólares, saltam para 10 até 15 mil dólares.
O liga e o Super Bowl foram desenvolvidos de forma a atrair grande público independente das equipes com melhores resultados em campo. Todos querem ver a final, mesmo que o seu time não esteja na disputa. Sendo assim, a inflação deliberada dos preços se tornou um grande negócio para a própria NFL e seus parceiros.
O mercado é livre e a liga não quer se intrometer – desde que eles tenham o controle, é claro – o problema é que isso mantém cada vez mais os torcedores bem longe dos estádios.
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Post originalmente publicado no Brainstorm #9
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