O Raspberry Pi, computador portátil que custa US$35, começou a ser vendido este ano. Mesmo sendo bem pequeno, ele consegue rodar Quake III e fazer streaming via AirPlay. É um aparelhinho impressionante, com lugar garantido entre acadêmicos e entusiastas. Mas tem um problema no Brasil: para importá-lo, você paga quase R$200 só de imposto – mais o frete, mais o preço do aparelho.
O leitor Henrique Araujo comprou o Raspberry Pi para fins acadêmicos, e pagou os US$35 mais US$40 de frete para o Brasil. No total, cerca de R$150. Para um computador menor que um iPhone mas que roda Linux, tem porta Ethernet, USB, HDMI e entrada para cartão SD, vale a pena – principalmente se você for usá-lo para aprender a programar, um dos principais objetivos do Raspberry Pi.
Só que Henrique recebeu outra cobrança: R$190,13. Estes são todos os impostos a pagar por importar o aparelho: ICMS, imposto de importação, taxa administrativa e alguns centavos para a Infraero. É assim que um aparelhinho de US$35 passa a custar quase R$350 no Brasil.
No Brasil, nem sempre os impostos são os únicos culpados pelo preço alto de gadgets. Mas, neste caso, obviamente a carga tributária acrescenta um peso enorme ao preço. A pior parte é pagar todos esses impostos também em cima do frete: o cálculo da Receita Federal considera o valor total, não apenas os US$35 do aparelho.
O Raspberry Pi, até onde sabemos, não possui um equivalente nacional disponível no mercado. Além disso, ele tem fins educacionais. Na verdade, todo o lucro será doado à Raspberry Pi Foundation, que vai distribuir pequenos PCs como estes de graça para escolas. Não é melhor deixá-lo isento de imposto? Ou melhor, não vale a pena isentar de imposto qualquer importado abaixo de certo valor?
Enquanto esses pedidos não viram realidade, fique esperto: se você comprou o Raspberry Pi, ele pode lhe custar um pouco mais caro que US$35 mais frete. [Valeu, Henrique!]