Uma fonte anônima revelou ao All Things D o motivo, ou um dos grandes motivos que levaram o Google a acabar com o Google Reader, agregador de feeds que terá o plugue puxado da tomada no dia 1º de julho. Aparentemente, a decisão foi tomada para evitar dores de cabeça e eventuais gastos com a justiça.
Ao ATD, a fonte disse que o Google está tentando se orientar e se preparar melhor para lidar com “questões de conformidade”, ou em outras palavras, problemas com os usuários, principalmente no que se refere à privacidade. Na prática, isso quer dizer que cada produto da empresa conta com gente especializada em apagar incêndios, amenizar os ânimos e resolver conflitos — advogados, especialistas em políticas de privacidade e outros do tipo. O histórico do Google, que vai do desastroso lançamento do Buzz ao escândalo dos carros do Street View que colhiam senhas de roteadores Wi-Fi, deve ter ensinado na marra a empresa que esse assunto é bem sério.
A situação do Reader era tão crítica que, além dessa galera, ele não tinha sequer cargos técnicos tidos como imprescindíveis, como gerente de produto ou um engenheiro dedicado. Mas em vez de acrescentar esses profissionais à equipe, o Google achou mais conveniente fechar o Reader. Nick Baum, ex-gerente de produto do Reader, acredita que esse encaminhamento tenha ocorrido devido à baixa audiência do Reader — ele disse ao ADT que, para o Google manter um produto que não gera lucro direto, ele deve ter pelo menos 100 milhões de usuários, o que não parecia ser o caso.
A venda seria um caminho alternativo, mas nesse caso ela esbarraria na profunda integração do Reader com o Google Apps, nada simples de se desvencilhar. Na impossibilidade de vendê-lo e sem perspectivas de investimentos para adequá-lo às políticas do Google, não houve saída a não ser apagar as luzes. [All Things D via The Verge. Imagem: Kars Alfrink/Flickr]