Tenho visto muitas empresas publicando no Facebook conteúdos com pouca ou quase nenhuma relação com os produtos ou serviços que vendem. Fiquei intrigado. Sigam meu raciocínio: a maior parte das grandes empresas terceirizam o trabalho de redes sociais ou montam núcleos específicos para tal serviço. Por que essas pessoas, que são – ou deveriam ser – especialistas em produzir conteúdo para ajudar as marcas a vender mais, estão simplesmente fugindo do assunto e produzindo conteúdos aleatórios?
Analisando o conteúdo destes posts percebi um certo padrão (normalmente memes): “oba, chegou a sexta-feira!” e variações de mensagens que se tornaram populares, tipo “keep calm and blá blá blá”. Legal, esse tipo de conteúdo costuma ter bastante participação, ou como a galera fala, tem “engajamento”. Engajamento é bonitinho e todo mundo gosta, gera números para colocar no relatório, mas será que é esse tipo de número que o cliente está esperando?
Lembrei de quando eu blogava. Tinha um blog de nicho, meus posts eram sempre sobre o tema que havia escolhido no início. Já tinha conquistado uma pequena quantidade de leitores que costumavam frequentar e comentar. Eu era feliz com isso. Então li um texto falando sobre “posts caça paraquedistas”. Não vou me aprofundar no termo, mas basicamente se trata de textos com o objetivo de atrair usuários através de sites de busca para conseguir clicks em anúncios.
Não importava se era sobre a nova capa da Playboy, a Cicarelli namorando, a Carol Miranda perdendo… não importa, você nem precisava de muito conteúdo, era só escrever um título agradável para o tio Google e eles chegavam, comentavam feito loucos, achavam que eu era a Carol Miranda e me chamavam de gostosa, mas eu tinha ficado um pouco mais feliz, porque as visitas aumentaram e os clicks no AdSense estavam rolando.
Pois então, no caso do blog eu ainda tinha os anúncios do AdSense que, no final das contas, me geravam uma renda. Mas e o seu cliente? Ele está satisfeito em investir uma grana em anúncios e mão de obra e em troca receber uma enxurrada de comentários que não acrescentam nada, vindos de pessoas que talvez nem tenham notado a marca por trás do post?
É importante entender que não estou falando mal de posts que buscam engajamento. Como falei mais acima, engajamento é bonitinho, é o termo do momento (ou estou ultrapassado?), mas quando se trata de mercado onde as coisas não são tão sentimentais, “o bagulho é doido”, o investimento precisa ser convertido em lucro porque um milhão de likes nem sempre geram vendas e engajamento, por mais bonitinho que seja, não paga as contas no final do mês.
Por Leo Baiano, web developer, atualmente trabalha na DMI Interactive Advertising Agency. Ex-blogueiro, baiano “cabra da peste”, muito curioso e entusiasta de qualquer coisa relacionada à internet.