O novo regime tributário para estimular a utilização de autopeças e equipamentos nacionais na fabricação de máquinas agrícolas e de terraplanagem, entre outros tipos de máquinas, pode sair até o fim do ano, disse hoje (15) o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan. Segundo ele, um grupo interministerial será criado em breve para analisar a proposta da entidade para o programa.
Representantes da Anfavea estiveram hoje com o secretário de Políticas Econômicas do Ministério da Fazenda, Marcio Holland, a fim de apresentar as sugestões do setor para o Inovar Máquinas. Na semana passada, eles apresentaram a proposta para o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel.
Por meio do Inovar Máquinas, as fabricantes de máquinas autopropulsadas – categoria que engloba tratores, rolos compressores e máquinas de terraplanagem – ganharão créditos tributários que se refletem em desconto no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) ao usarem autopeças e equipamentos nacionais nos produtos. O incentivo é semelhante ao Inovar Auto, usado na fabricação de automóveis e em vigor desde o início do ano.
Moan não estimou um montante de quanto o Inovar Máquinas impulsionará os investimentos dos fabricantes. Disse apenas que espera que o programa tenha o mesmo impacto que o Inovar Auto, que, segundo ele, elevou significativamente os investimentos da cadeia produtiva do setor. “Só nos últimos cinco meses, desde que assumi a presidência da Anfavea, os investimentos cresceram R$ 14,1 bilhões, de R$ 60 bilhões para R$ 74,1 bilhões”, ressaltou.
Sobre o comportamento do mercado automotivo em 2013, o presidente da Anfavea disse que o setor ainda não notou sinais de crise, apesar de as compras de automóveis dependerem de financiamentos e a economia atravessar um ciclo de alta de juros. Apesar disso, ele apresentou números que mostram descompasso entre o ritmo de produção e de vendas.
De acordo com Moan, a Anfavea projeta que as vendas de automóveis encerrarão o ano com crescimento superior a 12%. Para as vendas, no entanto, a expansão ficará apenas entre 1% e 2%. A diferença se reflete nos estoques das montadoras, cuja produção fica em média 40 dias nos pátios das fábricas. O presidente da entidade não acredita que o mercado possa se retrair nos próximos meses. “Ainda não notamos sinais de crise”, declarou.