Quando praticam esportes em times é normal que as crianças sintam-se competitivas. Mas pais e educadores devem ter cuidado e privilegiar aquelas atividades que servem, primeiramente, como diversão.
Além de todos os benefícios físicos, a prática de esportes serve para desenvolver aspectos psicológicos como a autoconfiança e o trabalho em equipe. Crianças vão aprender desde cedo a acreditar nas outras para conquistar um objetivo comum e a colocar as necessidades coletivas antes das individuais. A valorização pessoal pode começar com um simples drible, um passe que deixou um amigo na cara do gol ou a superação de uma marca pessoal. O senso de esportividade também trará mais responsabilidade diante de erros e do aprendizado diante de dificuldades.
A pressão por resultados acaba com qualquer iniciativa de prática esportiva e reverte todas vantagens físicas e psicológicas. Cobrar perfeição desde cedo fará com que a criança se sinta ainda mais ansiosa e cheia de preocupações, sintomas que vão prejudicar ainda mais seu desempenho.
Trazer crianças e jovens a uma rotina em que o bem comum esteja presente é uma necessidade urgente. Na última Pesquisa Nacional de Saúde Escolar (PeNSE), realizada em 2012, os dados mostraram que apenas um em cada cinco alunos (20,2%) praticavam uma hora de atividade física em pelo menos cinco dias por semana. Meninos (27,9%) são mais ativos que as meninas (13,1%) e as escolas privadas obtiveram porcentagem de 22,0%, enquanto a proporção de praticantes regulares de exercícios caía a 19,8% entre aqueles do ensino público. Há indicações de que esses números poderiam ser melhores se a competitividade não fosse tão estimulada. Em vez de vencedores ou perdedores, teríamos apenas pessoas aprendendo a ter uma vida melhor.
Seja lá qual for o esporte, é importante passar uma mensagem positiva sobre a prática da atividade física – seja na vitória ou na derrota. Uma vez que a criança tenha encontrado o esporte que mais gosta, ela vai praticá-lo com prazer, até nos dias de chuva ou durante as repetições mais monótonas. Mesmo que a criança não consiga ser uma campeã da modalidade, ela vai querer praticar o esporte pela vida toda – e vai acabar sendo uma pessoa mais saudável e preparada para os desafios que virão.
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