Não dá mais para pensar em equilibrar trabalho e tempo livre. É mais realista programar a agenda pessoal para coincidir com a profissional. “Devemos aceitar o fato de que a rígida demarcação entre escritório e lazer é coisa do passado, e que o novo ‘normal’ é levar uma vida que integre mais naturalmente essas duas esferas”, afirma o consultor Ron Ashkenas, sócio da consultoria Schaffer, em um artigo publicado no site da revista Forbes.
Ele conta que, em suas últimas férias, marcou uma reunião matutina com outros dois consultores. No meio da conversa, os três se deram conta de que estavam trabalhando durante seus recessos. “O intrigante é que, quando marcamos o compromisso, sabíamos que era período de férias, mas ninguém contestou a data”, diz Ashkenas.
Para ele, achar natural fazer negócios na praia ou na casa de campo é mais um sintoma de como a vida profissional permeia cada vez mais o horário pessoal de quem veste a camisa da empresa que comanda. Especialmente quando se tem um smartphone ou um tablet sempre à mão.
Mas, em vez de encorajar os empreendedores a achar um equlíbrio entre trabalho e folga, ele prefere seguir outro caminho: focar na integração entre esses dois mundos. Assim, é possível eliminar a culpa tanto por marcar compromissos no tempo livre como por conversar com cônjuges, amigos e familiares durante o expediente.
Sua estratégia é não dividir rigidamente o tempo entre horas de trabalho e horas de lazer. “Em vez disso, pode-se ser flexível quanto a quando e como cumprir tarefas profissionais e pessoais”, diz o consultor. “E fazer isso naturalmente, e não como uma exceção.”
Ashkenas pondera que muitas empresas não estão preparadas para essa mescla – e algumas a desencorajam impondo regras e horários rígidos aos funcionários. Mas ele afirma que, nos Estados Unidos, alguns projetos-piloto mostram um aumento considerável de produtividade quando equipes podem planejar como e quando fazer seu trabalho.
“É hora de repensar não só a maneira como organizamos o trabalho, mas também como organizamos nossas vidas. Devemos aceitar que interrupções, como um filho chorando ou um telefonema nas férias, fazem parte do processo”, afirma.