Há mais ou menos dois anos, me vi diante de um belo impasse que me levou a uma epifania sobre qual seria o ícone máximo dos videogames. Como muitos outros sujeitos com a minha idade, eu vivia prometendo a mim mesmo que um dia criaria a coragem pra me tatuar. Um dia finalmente adquiri a disposição para tal (impulsionado em parte por minha patroa, cujo corpo é adornado por um sem-número de tatuagens). Já no estúdio de tatuagem, prestes a marcar permanentemente meu corpo, veio a dúvida: o que tatuar?
Sim, por mais absurdo que pareça, eu tomei a decisão final de me tatuar sem saber exatamente o que tatuaria. Estava num estúdio acompanhando a tatuagem de uma amiga; ela e minha patroa aplicaram aquela pressão clássica (“Você já não queria se tatuar fazia anos? Estamos todos aqui mesmo, faz logo!”), e acabei assentindo. Paguei o artista e pus-me na “fila”, enquanto decidia o que tatuaria.
Quer dizer, eu sabia qual seria o tema da minha inevitável tatuagem. Como qualquer gamer dedicado, eu havia há muito tempo decidido que minha futura tatuagem refletiria meu hobby vitalício. Por motivos totalmente arbitrários, eu havia há muito tempo decidido que só poderia me considerar um gamer de verdade quando houvesse tomado a decisão (semi)irreversível de propagandear isso através de injeção subcutânea de tinta.
Mas aí estava o dilema. Eu queria uma tatuagem que ecoe minha apreciação de longa por games, mas que imagem seria melhor pra representar isso?
E a resposta foi o Space Invader.