O cara que inventou as senhas de computador acha que elas são um pesadelo. O que poderia substituí-las? Por enquanto, o melhor candidato é o nosso corpo, seja o rosto, íris, ou até mesmo os nossos batimentos cardíacos.
Agora, um grupo de neurocientistas está adicionando outra parte do corpo a essa lista: o cérebro. Ou, mais especificamente, a resposta do cérebro a determinadas palavras: o “brainprint”.
O estudo
No estudo, pesquisadores foram capazes de identificar com segurança o cérebro das pessoas ao observar como ele reagia a certas palavras. Ou seja, é mesmo como uma impressão digital para os seus sinais cerebrais.
Um grupo de 45 participantes recebeu os três eletrodos necessários para realizar um teste comum de EEG (eletroencefalografia), e ouviu dezenas de siglas.
Os pesquisadores registraram a reação do cérebro a cada grupo de letras, com foco na parte do cérebro que está relacionada à memória semântica. A New Scientist explica o papel desta região:
Estes sinais são gerados quando uma pessoa acessa sua memória semântica. As memórias episódicas gravam nossas experiências, mas a memória semântica simplesmente grava o significado de cada palavra. A coleção de significados que nós associamos às palavras pode diferir sutilmente de pessoa para pessoa, criando um padrão individual.
Apesar de todo o ruído nos dados coletados do cérebro, a equipe foi capaz de analisar um padrão que permaneceu bem consistente – com até 94% de precisão – mesmo ao longo do tempo. Eles realizaram testes nos participantes por mais de seis meses, e os sinais de base semântica continuaram muito semelhantes.
Futuro
Claro, você não vai usar seus pensamentos para fazer login no computador tão cedo – afinal, este método exige que você coloque eletrodos na sua cabeça.
Mas o estudo prova que os sinais enviados pelo nosso cérebro são únicos para cada pessoa: uma espécie de impressão digital cognitiva, ou brainprint. No futuro, ela pode significar o fim das senhas, ou da necessidade de digitalizar seu rosto.
Isto também levanta questões interessantes. Você gostaria que sua empresa soubesse seu brainprint único? Seria possível falsificar uma brainprint manipulando seus pensamentos?
O estudo foi realizado por um grupo de pesquisadores do Centro Basco de Cognição (Espanha) e da Universidade de Binghamton (EUA), e publicado no periódico Neurocomputing. [New Scientist via Engadget]
Foto por Morgan Schmorgan/Flickr
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