Na IFA deste ano, praticamente toda empresa de televisores tinha uma SmartTV para mostrar: Samsung, LG, Panasonic, Philips, até a Telefunken!
Mas, entre inúmeras fabricantes, havia também inúmeras formas de controlar a TV: apontando para a tela, usando gestos, falando com ela, ou usando um controle remoto. Dessas alternativas, o que funciona? E o que só complica a interação com a TV?
Olá, TV
A Samsung tem SmartTVs com um microfone embutido, para você dizer “Olá, TV” e comandá-la com a voz: aumente o volume, mude de canal, vá ao menu de apps. Eu já havia testado as SmartTVs da Samsung com controle por voz e gestos da mão, e a experiência não foi muito boa.
E desta vez, ela continuou não reconhecendo meus comandos de voz, mesmo numa sala com pouco ruído: eu precisava falar mais alto que o normal. (Ela também acompanha um controle remoto com microfone, e você pode falar seus comandos para ele… ou usá-lo como um controle normal.) O representante da Samsung, que demonstrava a TV na sala, sempre falava um pouco mais alto com a TV, ou ficava próximo dela quando dizia os comandos.
Com as mãos
A TV também possui câmera para reconhecer gestos com a mão: acene para a TV, e use sua palma como um cursor; para clicar, feche a mão. O controle continua estranho de usar, e pouco natural. Mas a Samsung continua apostando nele: na IFA, ela demonstrou Angry Birds para jogar na TV com a mão.
Como faz? Com a mão aberta, você apenas controla um cursor na tela. Feche a mão, e você controla o estilingue. Mire o pássaro nos porcos, abra a mão e o pássaro é lançado.
O representante da Samsung conseguia controlar o jogo facilmente – ele estava fazendo isso todo dia há dias, afinal. Mas para quem testou, era um pouco difícil mirar: o pássaro voava muito para cima ou para baixo. Eu tive mais sorte, mas não conseguia evitar a sensação de que era uma forma estranha de controlar a TV. Depois de algum tempo, isso deve cansar.
Segunda tela
Outra forma de controlar a TV é usando um app para iOS e Android em seu smartphone ou tablet – como a SmartTV da Sony, acima. Praticamente toda empresa presente na IFA tem um app assim.
Toda, mesmo. Lembra das TVs Telefunken, famosas no Brasil há uns 15-20 anos? Pois ela estava na IFA, e com SmartTVs. Só que, conversando com uma representante, soube que ela não fabrica mais TVs: apenas licencia a marca para outra empresa, a turca Vestel, e apenas monitora o controle de qualidade.
Felizmente, o hall da Vestel estava bem ao lado, e claro que havia apps para controlar a TV. A bela representante sacou um iPhone, desbloqueou, abriu o app e lá estava… algo muito simples. Aumentar volume, trocar de canal, e só.
Outras empresas colocam muito mais em seus apps. A Panasonic, por exemplo, demonstrou seu app para iPad que permite usá-lo como trackpad, como um controle normal com botões, e mais: permite lançar o conteúdo do tablet na tela. Às vezes isso pode até, quem sabe, ser bacana: suas fotos aparecem na tela sem configurações adicionais ou fios, mas há um lag até a TV carregar sua foto, e ao navegar pelas fotos. Às vezes, no entanto, parece desnecessário: se você lançar uma página da web para a TV, ela renderiza tudo com um software próprio, o que não funciona muito bem.
O bom e velho controle remoto
Em vez de gestos, outras empresas – como LG e Philips – decidiram usar o próprio controle remoto para controlar um cursor na tela.
O controle remoto da Philips, por exemplo, funciona assim: se você apontá-lo para a TV, nada acontece. Mas nele, há um botão “OK” central, onde você repousa seu dedo – e surge o cursor na tela.
Assim como o Magic Wand da LG, o controle remoto da Philips funciona por radiofrequência. Com isso, você não precisa necessariamente apontar para a tela: basta mirar em qualquer direção, com o dedo no botão OK, e você controla a TV. Claro, apontar para o televisor é a forma mais natural.
A Philips justifica sua escolha pelo controle remoto apontando os problemas de outros métodos. Em entrevista, Albert Mombarg, chefe de Smart TV na empresa, disse que o controle por gestos pode ser interessante e até divertido, como o Kinect. Mas faz sentido aumentar o volume da TV com gestos? Controlar a TV não é algo divertido, então cansa rápido comandá-la com a mão. O ideal, segundo ele, seriam pequenos gestos, mas as TVs ainda precisam aprender a reconhecê-los.
Quanto à voz, Mombarg diz que ela funciona, mas tem seus poréns. Ele imagina o controle por voz como um assistente inteligente. Por exemplo, você diria à TV: “quero assistir o primeiro filme de Star Wars”, e ela traria as opções para você ver o episódio IV, seja alugando ou comprando online.
Mombarg diz ainda acreditar que controles alternativos, como voz ou gestos, não vão substituir o bom e velho controle remoto – apenas complementá-lo.
Pensando em tudo o que vimos… ele pode estar certo.