Para não ficar pra trás por conta da pesquisa militar norte-americana que inspirou Os homens que encaravam cabras, os soviéticos gastaram um bom dinheiro investigando telecinese e controle da mente. Um novo estudo no ArXiv sobre a “pesquisa não convencional” tem os detalhes da história.
Com base em publicações russas e documentos que recentemente deixaram de ser secretos, Serge Kernbach do Centro de Pesquisa em Robótica Avançada e Ciência Ambiental na Alemanha criou um retrato da pesquisa heterodoxa feita entre 1917 e 2003, vinte anos depois da queda da União Soviética. A pesquisa sobre paranormalidade financiada pelo governo pode ter custado cerca de um bilhão de dólares.
A psicotrônica – o termo soviético que designa a parapsicologia -, era uma área na qual ocorria muita pesquisa. Como o blog ArXiv explica, “O trabalho tem como base a velha ideia da ciência soviética de que o cérebro humano poderia receber e transmitir um certo tipo de radiação eletromagnética de alta frequência e que isso poderia influenciar outros objetos também.” Por exemplo, os pesquisadores soviéticos relataram que a radiação eletromagnética poderia estimular o sistema imunológico das plantas e dos humanos. Armas psicotrônicas também foram testadas para ver se elas tinham a capacidade de alterar a mente das pessoas.
De acordo com Kernbach, o financiamento para a pesquisa soviética acabou no século XXI, mas isso não quer dizer que a psicotrônica não apareça por aí de vez em quando. Em 2007, por exemplo, a Wired divulgou que o Departamento de Segurança Nacional dos EUA estava interessado em trabalhar com um homem ligado a Igor Smirnov, uma espécie de neo-Rasputin apelidado de “pai das armas psicotrônicas”. Nada mais foi dito sobre isso desde então, o que significa que nada aconteceu ou que… bom, você sabe.