Como é ter uma idéia e transformá-la em uma empresa bem sucedida? Para responder isto (e me desculpar pelo corrido post de ontem), fui conversar com Mark Lawrence, fundador e CEO do SpotHero, um serviço que procura vagas de estacionamento próximas ao local onde você está ou precisa ir aqui em Chicago e permite a reserva e barganha. Tudo online e fácil. Não é exatamente a primeira empresa a ter esta idéia no mundo (o B9 já comentou sobre uma iniciativa similar em San Francisco), mas com certeza vem fazendo um barulho aqui na cidade e, claro, tem potencial para expandir-se e ganhar usuários em outros locais.
O SpotHero começou a ser desenvolvido em outubro de 2010 e somente foi lançado em julho de 2011. No começo, ao invés de ir direto aos grandes estacionamentos da cidade, a idéia foi negociar com proprietários individuais, negociando vaga a vaga, aos poucos. Quando perguntei se esta era a sua primeira tentativa de montar uma empresa, Lawrence explicou que sim, mas que já teve outros negócios, comparáveis com ‘barracas de limonada’.
Em 2012, o pequeno negócio ganhou seu primeiro aporte. A empresa foi uma das 10 selecionadas para participar da aceleradora Excelerate. Sobre a experiência, Lawrence a descreve como “incrível e totalmente válida”. “As empresas ganham um investimento de 25.000 dólares por 6% de participação, mais 50.000 dólares em dívidas convertíveis, além de todo o processo de mentoria da aceleradora”, explica.
A aceleradora geralmente escolhe serviços que já estejam minimamente constituídos, precisando de uma força para tornarem-se grandes negócios, ou ganhar escala. Para o Spot Hero, valeu o fato de ter o serviço disponível antes de iniciar o processo da Excelerate.
Em pouco mais de um ano de operação, portanto, o site conta hoje com 250.000 acessos por mês hoje em dia e tende a ficar mais conhecido localmente, pouco a pouco e crescer. Chicago tem algumas semelhanças com as cidades brasileiras, e uma delas é o fato de muitas pessoas utilizarem carro para se locomover em detrimento do transporte público. Trata-se portanto de um serviço útil.
Outra coisa que ajuda são os fortes investimentos que chegam à cidade, com total apoio de governo e prefeitura locais. Perguntei se este foi um fator que pesou na escolha por Chicago, mas Lawrence disse que não. “Somos de Chicago, tínhamos um problema para resolver que era um problema pessoal, que conhecíamos. Aproveitamos o bom momento que a cidade vive, com esta incrível ajuda à comunidade de startups”.
Ainda sobre Chicago, Lawrence ainda comenta que são poucos os serviços conhecidos do grande público, como os do Vale do Silício. Mas há uma série de startups e oportunidades para soluções para grandes empresas e que elas têm se saído muito bem.
Finalmente, pergunto sobre o plano de expansão da empresa. “Pensamos em expandir para Milwaukee e Washington D.C. Numa segunda etapa, pensamos em expandir para o Canadá e Inglaterra”. Brasil? Talvez no futuro, mas Lawrence admite que não é um plano tão próximo. “(A expansão) é uma história a ser escrita ainda”.
Quando comento que há iniciativas brasileiras interessantes, mas que não contam com a ajuda de numerosos investidores e dos governos, Lawrence dá o seu recado final à entrevista: “Não é necessário ter um ambiente tão favorável para criar uma boa empresa. Não importa tanto. O principal é começar e quem dirá se a idéia vale a pena é seu consumidor”.
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