Exclusivo: O Startupi participou do Welcome Aboard, evento de boas-vindas para a Turma 4 que irá participar do Startup Brasil. O Programa nacional de aceleração de Startups de base tecnológica é uma iniciativa do governo federal, criado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) em parceria com Aceleradoras tendo a Softex como gestor operacional.
Esse ano participarão do programa 40 startups sendo 37 nacionais e 3 internacionais. Em sua maioria atuam na área de Saúde, TI e Telecom. O Top 3 estados dos participantes selecionados são São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Outro dado interessante apresentado no evento é que o número de mulheres participando do Programa passou de 12% para 20% esse ano.
Durante o evento, José Henrique Dieguez, Coordenador-Geral de Software e Serviços de TI do MCTI, mencionou que o Programa é pensado com muito carinho e tem como objetivo mudar a cara do Brasil. “É um projeto inovador unindo o poder público com o privado (Aceleradoras) que vem trazendo muitos resultados. Essa junção é algo muito importante, pois o governo pode contribuir com o dinheiro, mas não é capaz de auxiliar as Startups de forma ativa na construção do negócio, portanto a parceria com as Aceleradoras é fundamental.”
Em conversa com o Startupi José Henrique conta que os resultados dos dois anos de Programa são excelentes e superaram as expectativas “Antes trabalhávamos algumas estatísticas de sucesso usando resultados e muitos números vindos de fora como do Vale do Silício, experiências americanas e de outras Startups a nível mundial e o que vemos hoje é que o resultado do Programa tem sucesso superior a essas taxas. Isso tudo devido a um processo seletivo rigoroso, processo de mentoria e preparo de aceleração de qualidade.”
José Henrique se mostra muito realizado com os resultados do programa “O programa de incubadoras que o próprio ministério tocava não trazia essa resposta direta, trabalhava de maneira espalhada a nível nacional, não conseguia congregar um grupo muito coeso com resultado, entrega e com interações tão fortes como estamos vendo hoje”. Para ele, o Programa já está modificando o ecossistema e vai modificar ainda mais, exemplo disso é a criação da Associação das Aceleradoras (ABAII) e outros ecossistemas fora da área digital como; biotecnologia e nanotecnologia, começando a procurar informações, querendo entender mais sobre o Programa.
“O Programa está criando muitas oportunidades, trazendo grandes empresas e investidores e gerando possíveis parcerias entre Startups e mercado, além de unificar o ecossistema que antes não possuía uma referência única” afirma José Henrique. Suas expectativas a respeito da nova turma do Startup Brasil desse ano são altas; “Temos a saída da turma 2 com resultados muito positivos o que mostra que o Programa está indo no caminho certo. Nossa expectativa é dar continuidade de maneira consistente”. E ele espera que daqui 2 ou 3 anos as Startups que estão participando hoje voltem para o mercado como investidores e empreendedores de sucesso.
Ney Leal, Vice-presidente Executivo da Softex, também conversou com o Startupi e contou um pouco sobre a gestão da Softex no programa Startup Brasil. “A função é dar todo suporte necessário ao grupo gestor da Startup Brasil para que as ações aconteçam de forma mais simples e rápida”. Ney conta que é um conjunto de atores que fazem a composição desse trabalho. “A Softex discute estratégias junto com o MCTI, aliando as ações internacionais feitas pela Apex em conjunto com o grupo e também com o CNPq que faz a distribuição das bolsas para os empreendedores. Antes do Programa do MCTI não se falava de Startups no Brasil, o Programa foi a base para acontecer o que está acontecendo hoje no País. Hoje as ações estão mais organizadas, tem treinamento, capacitação, aceleração para dar todo suporte para as Startups, tudo para fazer com que essas empresas saiam do programa sendo empresas globais e isso tem se tornado referência para outros Programas em todo Brasil”, afirma Ney.
Segundo Ney, o que mudou nos últimos dois anos foi a visibilidade que as Startups tiveram. “Hoje você tem um jovem com ideias inovadoras que já surgem com escala global e com isso os investidores estão enxergando esses jovens e estas ideias com outros olhos. As Startups estão fazendo coisas que vão mudar a vida das pessoas, resolver problemas reais de mercado e que podem mudar o mundo. E nós estamos fazendo esse trabalho para que mude a cara do Brasil, o Brasil tem um potencial de empreendedorismo enorme, um potencial de mulheres empreendedoras muito grande e uma criatividade fantástica, ou seja, temos todo os elementos necessários para ter empresas globais”, completa Ney.
Vitor Andrade, Gerente de Operações da Startup Brasil, destaca que as Startups precisam aproveitar as oportunidades que surgem durante o Programa. Ele garante que esse ano vão trabalhar ainda mais a questão de relacionamento Startups com grandes empresas e com o mercado.
Para Vitor o grande desafio esse ano é conseguir transformar as Startups que entraram no Programa em grandes cases. “O que a gente entende é que essas Startups serão modelos para as próximas. O papel da Startup Brasil é ajudar a construir esses cases que serão exemplos para as próximas Startups e motivação para novos empreendedores que vão surgir”.
Vitor acredita que o Programa contribui para o amadurecimento do ecossistema, tanto do empreendedor como da Aceleradora. “Não é só dinheiro, é um Programa de aceleração, de mentoria, de conexão com o mercado, o que é essencial. “Se as Startups conseguirem entender que precisam estar conectadas com o mercado já serve para qualquer outra experiência empreendedora que elas terão pela frente, independente do Programa”.
Marcelo Furtado, CEO da Convênia, é a prova de que o Programa traz resultados. Ele participou da segunda turma e afirma que o Programa foi um divisor de águas. “Não foi pelo que o Startup Brasil fez, mas o que nós fizemos dentro do Programa”. Ele conta que ao ser selecionado e participar do Programa alcançou mais credibilidade com a mídia, empresas e clientes. “Existem muitas oportunidades, é preciso saber se aproveitar delas”. Ele conta que ao entrar para o Programa pensava apenas no dinheiro que iria receber, mas mudou totalmente de ideia e descobriu que uma Startup se faz com um time e por isso levou pessoas competentes para trabalhar com ele.
Marcelo destaca algumas dicas que considera importantes para os empreendedores: “O investidor é importante, mas o mais importante é o dinheiro do cliente, tendo o cliente, você terá investidores. Assuma riscos! Ter uma Startup é assumir riscos, não pode ter medo. Junte-se a pessoas que querem correr riscos e acredite na sua equipe! Use o seu cliente para desenvolver o seu produto e tenha resiliência, nenhum dia é igual ao outro”, completa Marcelo.
André Macedo, ex CEO da ZeroPaper, hoje Country Manager da Intuit Brasil, participou do evento e dividiu com todos a experiência de ter o seu negócio vendido para a gigante americana Intuit. André conta que criou a empresa para crescer. “Desde o início nossa missão era educar o empreendedor e ajudar a reduzir a mortalidade empresarial no país. Isso através de uma plataforma financeira, uma ferramenta simples e gratuita”.
André enfatiza a importância do time para o negócio. “O time é o segredo do sucesso de uma Startup. Uma empresa sem time não faz nada, um time de futebol sem pessoas não é nada. A Startup pode ter uma ideia maravilhosa, mas sem um time não vai pra frente. A base de sucesso da nossa startup foi o time forte e consistente foi a primeira coisa que nós corremos atrás, depois de montar um time as outras coisas vieram”.
Para André, o Startup Brasil é fantástico. “Ter um funding no início da sua empresa, a chancela de um órgão governamental é muito importante para fechar as primeiras parcerias. Participar do Startup Brasil e passar pela aceleração é um grande marco na vida de uma Startup. Estar em contato com as 17 melhores Aceleradoras do país e tudo isso através de um Programa do governo é muito valioso, mais pessoas precisam aproveitar essa chance”, reforça André.
Daniel Liebert , CEO da Stoodi, serviço educacional que oferece reforço escolar online para estudantes do Ensino Médio e preparação para vestibulares e ENEM conversou com o Startupi e contou que tentou se inscrever na segunda e terceira edição do Startup Brasil, mas apenas agora conseguiu entrar para o Programa. Ele conta que já estava tendo um crescimento com o seu negócio e queria passar pelo processo de aceleração para se certificar de que estava olhando para todas as partes importantes do negócio para crescer de forma sustentável e segura. “A gente acredita que tendo a parceria com uma Aceleradora conseguiremos fazer um pente fino na nossa empresa e ver se tudo aquilo que tínhamos que fazer para escalar para milhares de usuários estava sendo olhado e cuidado. Além de ter apoio da rede de mentores, ter acesso à rede de contatos, a divulgação que o Programa gera para a empresa e também o aporte do governo, via CNPq, ajuda muito para investir no crescimento do Stoodi”. Sua expectativa é sair do Programa com uma empresa sólida e com todas as áreas bem estruturadas para o crescimento.
Mariana Vasconcelos, CEO da Agrosmart, conversou com o Startupi. Seu negócio é um aplicativo que conecta o agricultor à sua plantação, reduzindo o consumo de água na irrigação, ideia que já garantiu a ela uma bolsa para estudar em uma universidade na Califórnia ligada à Nasa (a agência espacial americana). Ela contou que o objetivo inicial de participar do programa foi o incentivo financeiro para desenvolver o produto e contratar pessoas, mas descobriu que o recurso é o de menos dentro do Programa. ”Participar de todo esse processo, entender o estágio em que nós estamos, traçar um objetivo e também como chegar lá, tendo um acompanhamento diário não só da Aceleradora, mas também da Startup Brasil tem ajudado muito no nosso desenvolvimento”.
“A expectativa é iniciar as vendas e escalar não só para o Brasil, mas para o mundo. O Startup Brasil oferece essa oportunidade, acesso a grandes clientes, grandes mercados externos que com certeza são muito valiosos”, enfatiza Mariana.
Pedro Waengertner da Aceleratech de São Paulo, uma das primeiras Aceledoras do País a participar do Startup Brasil, conta que depois de dois anos de Programa é nítido notar o amadurecimento das ideias apresentadas pelas Startups “No começo ninguém sabia muito bem o que era, tinham muitas Startups com viés mais científico, mais acadêmico e hoje vemos muito mais Startups com conhecimento sobre o que as Aceleradoras procuram, por isso temos muito mais sintonia”. Pedro conta que toda edição do Programa eles notam uma tendência. “Já tivemos a moda dos Apps de reserva de restaurante, Apps de estacionamento, existem várias modas, mas no meio disso, existe muita gente criando coisa nova, original o que é também um desafio para nós na hora da avaliação”.
O objetivo da Aceleratech para esse ano, é aumentar o número de empresas no portfólio. ”A gente quer encontrar ideias e empresas inovadoras, vamos fazer algumas apostas principalmente em algumas verticais que estamos dando mais foco, como: área financeira, agrícola e varejo”, reforça Pedro.
Para Frederico Lacerda da 21212, Aceleradora do Rio de Janeiro, o Startup Brasil é uma iniciativa muito importante para o ecossistema brasileiro, que ainda não está totalmente desenvolvido ”Faltam diversos pilares de um ecossistema digital, os empreendedores, as corporações e o fundos ainda não estão totalmente conectados e por isso não vemos o ciclo de Startups sendo criadas numa quantidade suficiente, fundos investindo nessas startups a ponto delas crescerem e serem adquiridas ou serem também investidas pelas empresas, por enquanto não temos esse ciclo acontecendo. Portando num cenário onde o ecossistema não está tão bem desenvolvido, Programas como Startup Brasil tem uma importância ainda maior para alimentar e acelerar essas conexões. O papel da Startup Brasil hoje é justamente esse, permitir que os diversos personagens desse ecossistema consigam ganhar mais fôlego , velocidade e se encontrar”, finaliza Frederico.
Rosana Jamal da Aceleradora Baita de Campinas-SP, acha o formato do Startup Brasil fantástico. “As bolsas ajudam muito o empreendedor a sobreviver no maior período de incertezas da vida de uma Startup, conhecido como vale da morte. Chega um período em que ele precisa crescer e investir, mas não possui recursos, por isso as bolsas, associadas ao desenvolvimento tecnológico junto com alguém que dará todo o suporte é o casamento perfeito. Uma outra vantagem que Rosana destaca é que o programa tem uma abrangência nacional e com isso as aceleradoras tem acesso à ideias que estão em diversos lugares do país”.
Durante o evento,as Startups da Turma 4 puderam apresentar o seu negócio em um Pitch de 1 minuto junto com a sua Aceleradora, o que gerou muito networking. Para ficar por dentro das novidades do Programa Startup Brasil acesse https://www.facebook.com/startupbr.
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