Ontem em São Paulo ocorreu a 33° edição do Café com Empreendedoras, um encontro onde se tem a oportunidade de conhecer outras empreendedoras, aumentar o networking, divulgar a empresa e ainda compartilhar conhecimento e ouvir histórias inspiradoras.
Ana Fontes, criadora da Rede Mulher Empreendedora, deu início ao evento contanto um pouco da sua trajetória. Ela saiu do mundo corporativo em 2007 e teve muitas dificuldades para começar a empreender, mas aprendeu muito com o próprio negócio. “Ter um pequeno negócio é a melhor Universidade da vida”. Ana comentou que um dos maiores dramas de hoje é encontrar novas oportunidades de negócio. Ela afirma que o que mais tem visto são pessoas criando negócios e depois indo buscar os clientes. O que precisa ser feito é exatamente o contrário, criar o que os clientes estão buscando. Outro ponto que Ana destaca é a inovação, ela conta que tem visto muitos negócios iguais, que mudam apenas o logo. É preciso ter um diferencial e que não seja o atendimento ao cliente.
Ana conta que ouve muito das mulheres empreendedoras a frase “Eu não tenho tempo” e concorda que nós fazemos 1000 coisas ao mesmo tempo, mas afirma que os empreendedores de sucesso conseguem administrar o seu tempo. “As mulheres precisam aprender a delegar o trabalho e usar a tecnologia a seu favor”.
Durante o evento alguns presentes tiveram a oportunidade de apresentar um Pitch de 30 segundos sobre o seu negócio. Joana Ricci, do Comidinhas de Tabuleiro, ficou sabendo do evento através de uma amiga empreendedora, e apesar de estar ansiosa por ser a primeira vez que fala do seu negócio em público, foi uma das primeiras a se apresentar. Para ela o evento é muito importante, pois gera bastante networking. “É muito bom ouvir pessoas com mais experiência que vão te ajudar a trilhar o melhor caminho para sua empresa”.
Andreia Oliveira, do Ammo Joias, contou durante o seu Pitch que começou seu negócio com apenas R$50 reais. Ela acredita que o evento agrega muito conhecimento e relacionamento, trazendo futuros parceiros e clientes. “A troca de experiência com as outras empreendedoras, amplia a visão de inovação. Acredito que aqui seja o lugar certo para você entender como o mercado está”, enfatiza Andreia.
E não pense que o evento tem apenas espaço para as mulheres, os homens também são bem vindos! A prova disso foi Denner Alves, da Lindaella, que além de marcar presença no evento também apresentou seu Pitch. Ele contou para o Startupi que veio até o evento entender o que o público feminino está buscando e apresentar um novo modelo para que que elas possam investir. Durante o evento trocou diversos cartões e espera colher resultados positivos.
Fátima Macedo do Mental Clean, Assessoria de Saúde Mental, dividiu com todas novas empreendedoras um pouco da sua experiência além de dar dicas para os novos negócios. Para Fátima é muito importante antes de qualquer coisa pensar a respeito de uma sócia e descobrir o quanto ela está engajada e disposta. Outra coisa importante é acreditar nos seus sonhos e saber o que você realmente quer. Fátima completa dizendo que é fundamental buscar ajuda de um especialista.
Fernanda Nascimento, da Rede Mulher Empreendedora também participou dividindo seus conhecimentos. Ela afirma que é fundamental ter um plano de negócio, perceber o seu mercado e seu consumidor.
Após o evento Ana Fontes conversou com o Startupi e aproveitou para contar sobre o seu começo no empreendedorismo. Ela decidiu criar a Rede Mulher Empreendedora em 2010 quando participou de um curso da GV e percebeu que diversas mulheres estavam abrindo seu próprio negócio, mas não tinham apoio nem suporte. “Naquela época não havia nada no Brasil falando sobre empreendedorismo feminino”, relembra Ana.
Seu maior desafio como empreendedora é semelhante ao de todos, “No Brasil não temos muitos recursos, você precisa usar recursos próprios para empreender e começar o seu negócio. Tocar sua vida, sustentar uma família e ao mesmo tempo ter um negócio é o maior desafio para qualquer empreendedor. Se você tem recurso para manter sua família e o seu empreendimento é algo que tem um ciclo de retorno, fica muito mais fácil. É pilotar o avião e consertar o avião voando, é isso que a gente faz”.
Ana afirma que qualquer mulher pode ser uma empreendedora, mas o que irá torná-la uma empreendedora de sucesso são suas atitudes. “Empreendedoras de sucesso são pessoas que são apaixonadas pelo que fazem, persistentes e que não desistem no primeiro não. O que caracteriza um empreendedor de sucesso é uma palavra que temos falado bastante que é resiliência, ou seja, a capacidade que você tem de quando algo der errado, reerguer-se e continuar em frente”.
As mulheres brasileiras são as que mais empreendem no mundo segundo a pesquisa da Global Entrepreneurship Monitor (GEM). As mulheres tendem a abrir o próprio negócio na sua área de conforto (moda, beleza, saúde,) o que não é nenhum problema, só é preciso olhar para o mercado e enxergar as oportunidades. Para Ana ainda existe um caminho muito longo que precisamos fazer. “Esse é o papel da Rede Mulher empreendedora, ajudar as mulheres para que seus negócios atinjam outros patamares e que elas consigam crescer”.
Para Ana ainda falta apoio, mentoria, programas de capacitação, desenvolvimento, gestão, financiamento e um olhar mais “carinhoso” do próprio governo e da sociedade. Apesar disso, as mulheres estão conseguindo cada vez mais obter destaques importantes no mercado.
Quer se inspirar mais mais sobre empreendedorismo feminino? Participe dos próximos eventos, entre eles a Virada Empreendedora que acontece em São Paulo dias 25 e 26 de abril. Mais informações acesse: www.viradaempreendedora.com.br
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