Tive algumas fases em minha carreira gamer. Entre 2009 e 2011, por exemplo, eu fiquei completamente fissurado por games portáteis (em particular, games das plataformas iOS). Por outro lado, lá pelo finzinho dos anos 1990 eu era gamer de lanhouse: um intrépido desbravador de madrugadas em corujões com os amigos. E no começo dos anos 2000, eu caçava tudo quanto era joguinhos freeware.
Eu tinha uma certa tara por jogos freeware (de preferência com multiplayer online) e, como toda tara, não dá pra explicar. Aliás, agora que paro para pensar, dá sim: estamos falando de uma era pré-banda larga e, embora fosse possível baixar os chamados “jogos completos”, passar a madrugada inteira baixando Tony Hawk Pro Skater 3 fatiado em 50 pedaços de arquivos .RAR com alguma senha obscura era uma mão de obra desmotivadora (pra não dizer eticamente falha).
Os joguinhos freeware resolviam os dois problemas com uma cajadada só: os poucos megabytes típicos de joguinhos grátis eram fáceis de gerenciar mesmo numa conexão discada, e não havia o karma negativo (pra não dizer os possíveis vírus) que acompanhavam as versões crackeadas dos jogos piratas.
Virei o evangelizador de games da turma: em minhas muitas madrugadas vasculhando a internet, eu descobria os novos joguinhos e levava para a turma do bairro e da faculdade. Inevitavelmente, os melhores joguinhos que eu encontrava se tornavam a febre do mês na rua e no laboratório de informática da faculdade.
E numas dessas peregrinações pelos recantos internéticos de joguinhos gratuitos, encontrei Street Chaves.