Nas histórias em quadrinho e nos filmes de ação, o herói é aquele que salva o dia. Aquele que enfrenta vilões, resgata donzelas e protege cidades nas situações mais adversas. Todo mundo quer ou já quis ser um herói. Mas, dentro de uma empresa, esse pode não ser o perfil mais recomendado. É isso que defende Steve Giglio, colunista do site da revista Fast Company. Em seu último post, ele diz que ter um “mocinho” no negócio pode causar danos no longo prazo. Principalmente porque, quase sempre, heróis trabalham sozinhos.
No mundo corporativo, ele é aquele capaz de salvar a empresa no último minuto, com quem todos os clientes desejam falar e que costuma fechar praticamente todos os negócios. É um “super executivo”, que vira parâmetro de comparação entre todos os funcionários e chefes. E ele sabe disso. Giglio diz que é muito fácil identificar o “herói” em uma companhia. Normalmente, é aquela pessoa que vive repetindo: “eu tenho que fazer todo o trabalho por aqui” ou “estou cansado de fazer tudo sozinho”.
Para o colunista, no entanto, o herói gosta de ser herói. Gosta de receber o mérito de um negócio concluído, por exemplo, sozinho – mesmo que tanto trabalho pese em seus ombros. O problema está justamente aí. Por não desejar dividir o crédito, ele também não divide suas táticas, experiências e não faz sugestões e críticas ao trabalho dos outros. Por isso, sua posição como “herói” e o “único que trabalha na empresa” não muda. Ninguém sabe fazer as coisas como ele, porque ele não se dispõe a ensinar ninguém.
E é aí que entra outra figura “mítica” dentro do ambiente corporativo: o campeão. Diferentemente do herói, o campeão vai ensinar aos outros a fazer o que ele faz, do jeito que ele faz. Assim, os transformará em heróis. Para o colunista, essa é a característica de um grande líder. Ele precisa influenciar o comportamento de todos a sua volta e inspirar o crescimento de cada funcionário. Por isso, precisa ser um campeão.