AUSTIN, TX – Entramos em um painel que apresentava o filme “Lost River”. O diretor, Ryan Gosling, e Guillermo Del Toro, que é aparentemente seu mentor, trocaram lindas palavras de apreço um pelo outro, no que parece um jogo de ping pong com os dois jogadores do mesmo lado da mesa.
Pra entrar, precisamos esperar uma hora na fila, do lado de fora. Essa experiência, por si só, foi muito mais significativa do que o painel.
Paralela a nossa fila, havia a fila do food truck Chi’lantro, que serve burritos de Korean BBQ. Uma fila enorme pra comer uma comida que deveria ser simples e tosca, mas é feita de um jeito meio fusion, é a cara de Austin. E isso não é uma crítica. Comida + inovação + preço baixo + disposição juvenil são parte importante da cultura da cidade como um todo. E é essa cultura vibrante que existe nas ruas da cidade que te dá a sensação de que um evento como esse não poderia ser feito em New York ou Los Angeles.
Um mundo onde marcas, além de consumidores, tem fãs. Brindes são commodities. Sites podem ser rockstars.
Um cara ouviu a gente falar em português e veio se apresentar. Ele é um americano e montou uma consultoria para ajudar empresas americanas a abrir negócios no Brasil. “Eu moro no Rio e faço negócios em São Paulo”, disse com sotaque e com orgulho. Existe um interesse especial do pessoal que freqüenta o SxSW em mercados fora dos Estados Unidos. E isso está obviamente ligado a vontade de viajar, conhecer o mundo. Disposição juvenil, como eu falei.
Também na fila, a gente ouve comentários “você foi no Bates Motel? Viu o lounge da 3M? do Mashable? O painel do Buzzfeed?” Esse evento é sobre um mundo onde marcas são atrações por si só. É claro que sempre tem a idéia de oferecer carregadores, sofás bebida e comida grátis… Tudo isso é atraente para o público, como qualquer evento. Mas o SxSW é sobre um mundo onde marcas, além de consumidores, tem fãs. Brindes são commodities. Sites podem ser rockstars.
Post originalmente publicado no Brainstorm #9
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