Este é o meu quarto ano de SxSW e acabo de me dar conta de que a palavra “disrupt” (que significa reinventar, mudar a forma de fazer algo) está completamente banalizada por aqui.
Se você estudou administração ou já trabalhava em uma empresa ali por 2005, certamente viu uma coisa parecida acontecer com o termo “agregar valor”: de uma expressão que significava algo e tinha mérito, de repente ela virou um conectivo em frases – uma versão corporate do “tipo” que os millenials tanto falam.
Nesta linha, ontem vi uma palestra interessante de um futurologista da IBM sobre o lado não tão positivo da peer to peer economy (vamos combinar que sharing economy não deveria ser o nome de um modelo em que um dá o $$ e o outro dá abrigo, mobilidade, etc).
Ele falou de algumas coisas sobre as quais eu nunca tinha pensado:
Primeiro, o fato de que algumas plataformas estão inflacionando mercados desproporcionalmente. Por exemplo, uma amiga minha ganha mais dinheiro alugando seu apartamento no AirBnb por semana do que se alugá-lo por um ano. Será que daqui a pouco vai ficar difícil encontrar apartamento pra alugar?
Segundo, a P2P economy esta criando uma competição desleal: o preço que alguém cobra pra fazer um trabalho quando está monetizando seu tempo de folga certamente é menor do que um profissional que faz aquilo para viver
E por último, a P2P economy está criando uma “economia de amadores”, na qual todo mundo pode fazer de tudo um pouco. O que está criando um movimento latente pela “expertização”.
Eu, que sou fã de carteirinha de AirBnb e Uber, olhei pra ele no começo com certa desconfiança – mas, quer saber? Ele me convenceu.
Post originalmente publicado no Brainstorm #9
Twitter | Facebook | Contato | Anuncie