Todo bibliotecário tem um problema que o persegue pelo resto da sua vida dentro de uma biblioteca: espaço, ou melhor, a falta dele. Eis que surge um aparelho que promete revolucionar a questão de armazenamento e resolver o problema relacionado ao espaço, mas trás com ele questões do tipo “como armazená-lo?”, “como deixá-lo disponível para o usuário?”, “como lidar com o empréstimo do aparelho?”, dentre muitas outras
Os tablets se tornaram um desafio para os bibliotecários justamente por criar esse paradoxo de como um aparelho tão pequeno é capaz de armazenar milhares de livros, porém o desafio consiste mesmo em como tornar possível o empréstimo desses milhares de livros digitais para o usuário que já tenha o aparelho, ou emprestar os livros e o aparelho ao usuário. Estamos mesmo preparados para isso?
Estatísticas de muitas bibliotecas internacionais mostram que cada vez mais estas estão “perdendo” usuários presenciais e ganhando usuários de serviços virtuais, mas o panorama brasileiro é outro, já que em pesquisa recente do Instituto Nacional do Livro (INL) mostra que mais da metade dos entrevistados nunca nem pisou em uma biblioteca. O que nos leva à outra questão: como atrair usuários?
Há, sim, algumas bibliotecas – e bibliotecários – que mostram uma capacidade e preparo em suportar a implantação de tablets e proporcionar aos usuários, através de profissionais qualificados para os fins, o empréstimo de diversos títulos de livros digitais através desses aparelhos. Os novos profissionais da área de biblioteconomia só precisam aceitar o desafio e não se prenderem em antigas práticas bibliotecárias.
Aceitar esse novo desafio é aceitar o fato de que trazer os usuário para sua biblioteca é algo difícil e demorado, mas quando feito com dedicação é uma das sensações mais prazerosas de se ver: biblioteca cheia e usuários satisfeitos – independente do suporte onde se encontra a informação.