Quem me acompanha aqui no B9 sabe que eu sempre critiquei os erros, louvei as atitudes legais e questionei o que achava que estava sendo feito de uma maneira torta em redes sociais. Mas uma coisa que eu nunca me dei conta é que eu sempre falei de um futuro utópico de redes sociais em que as marcas e seus consumidores conseguiriam conversar de uma maneira interessante e boa para ambos. Me dei conta de que isso pode ser quase como o futuro imaginado que aparece no filme “2001: Uma Odisséia no Espaço”. Foi imaginado em 1968 mas foi um futuro que nunca chegou. O que vemos no filme foi algo que em 2011 nós ainda não temos.
Mas na velocidade com que as coisas têm mudado no mundo todo, algumas inclusive com auxílio de redes sociais (primavera árabe, distúrbios na inglaterra e etc), fica praticamente impossível saber exatamente o que é para sempre e o que é a última tendência do segundo. Mais ou menos como as bandas que a NME descobre, fala que é a grande revelação da música e que em menos de 6 meses desaparece. O Orkut parecia algo que nunca morreria no seu auge em 2005/2006. Ele segue firme e forte mas essa certeza ninguém tem mais.
É mais ou menos o que acham do Facebook hoje que ele faz tão parte da nossa rotina que provavelmente não vai acabar. O Twitter continua se reinventando e mostrando a sua relevância quando, na época do seu lançamento (e acho que até hoje) muita gente, eu inclusive, não entendeu muito bem a sua utilidade (que foi moldada pelos usuários e se tornou bem mais relevante). Mas o lance é que tem tanto guru, ninja e sei lá o que mais que fica alimentando esse ciclo NME (vou usar esse termo) de que as pessoas não entendem a última tendência de redes sociais que no final acabamos ficando com a visão cada vez mais turva e míope.
O Douglas Rushkoff no livro Get Back in the Box questiona bastante esse tipo de atitude não de gurus de social media, no caso eram de empresas de tecnologia que insistem em deixar os usuários burros e deixar os termos técnicos para um povo restrito. Os escolhidos que tinham o dom de enxergar através dos códigos. Isso serve tanto para padres em 1500 quanto para webmasters em 1993. Ou até mesmo para os wizards de instalação de software. Ele questiona porque usaram o wizard para isso. Porque um feiticeiro? Parece uma maneira de fazer mágica e como todos sabemos, magia não é para todos. Enfim, espero que vocês tenham entendido.
O que muitos “gurus” fazem é justamente manter seu status quo dificultando o que ele tem capacidade de fazer. Criando dificuldade para vender facilidade.
Então quando eu vejo uma iniciativa como essa De Volta Para o Futuro da AG2 de dizer que realmente não sabe o que está acontecendo ou o que vai acontecer em Social Media e se dispõe a aprender junto com o público, eu acho louvável. O projeto é simples: a agência vai procurar responder às perguntas das pessoas sobre o tema começando hoje e indo até Social Media Week do ano que vem, quando apresentará um relatório sobre o que aconteceu, o que as pessoas queriam saber sobre o assunto e o que efetivamente se tornou realidade.
Bem legal a idéia e quero muito ver o resultado no ano que vem.
Post originalmente publicado no Brainstorm #9
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