Há duas semanas atrás surgiu um job muito bacana aqui no escritório: o projeto gráfico de uma grande exposição sobre as artes populares do Brasil. Um movimento que até então eu desconhecia, e que no decorrer dos últimos 15 dias me surpreendeu bastante. Tanto pela riqueza estética, quanto pelo talento dos artistas. Gente simples, dos lugares mais inimagináveis do nosso país. Arte 100% brasileira.
Esquerda: Sem Título, de Mestre Galdino. Direita: O tronco ecológico, de Antônio Poteiro. Fotos de Mariana Chama.
Desde o início sabia que esse projeto demandaria um estudo muito aprofundado, que garantisse uma construção da paleta de cores, grid e tipografia adequada para a exposição. Então comecei a pesquisar sobre o assunto e (sorte a minha) não demorou muito para descobrir o Tipos Populares do Brasil, projeto do Designer Gráfico Pedro Moura, no ar desde 2004.
Trocamos e-mails, conversamos no telefone e fiquei sabendo um pouco mais sobre o processo de desenvolvimento: o Pedro contou que cresceu em Macaé, e foi bombardeado, durante parte da vida, pelos mais diversos tipos populares, em paredes, fachadas e comércios da cidade. Anos depois, todo esse histórico visual serviu de inspiração para seu trabalho de conclusão de curso, no Rio de Janeiro. Olhem só:
A idéia amadureceu ainda mais e outros designers participaram desse projeto. Entre eles, Fernando Rocha, Buggy, Fernando PJ e Fátima Finizola. Achei o trabalho sensacional. Sou fissurado pelo assunto e confesso que já senti falta de uma variedade maior de types na hora de trabalhar em projetos que carregavam e exigiam esse espírito brasileiro.
O universo dessas placas é imenso e também foi bem retratado no trabalho do jornalista e editor-chefe do Guia Quatro Rodas, José Eduardo Camargo. É dele (e de L. Soares) a autoria do livro “O Brasil das Placas“, publicado em 2007. Não é novo. Mas continua sendo duca.
Agora, se você é do tipo “Helvetica solves everything”, não se aflija! Durante minha pesquisa também descobri o Try Helvetica. Um blog que afirma que o “Brazil needs more helvetica! And so the World”, e faz adaptações bem humoradas de como um banho dessa type suíça poderia contribuir para nosso environment tupiniquim:
Tá de bobeira por aí? Então aproveita que só o ócio constrói, faz a sua Tupiniquim-Helvetica, e manda para eles no [email protected]. Vai que publicam?
Post originalmente publicado no Brainstorm #9
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