Que tal sentar para conversar por algumas horas com empreendedores como Steve Jobs, Richard Branson e Bill Gates? Para qualquer ser humano comum, essa parece uma tarefa difícil de executar. O jornalista John A. Byrne, que durante sua carreira assumiu cargos de editor-executivo da revista BusinessWeek e foi editor-chefe da Fast Company, chegou perto disso.
Em seu livro “Empreendedores Extraordinários”* (Editora Campus/Elsevier, 2012, 264 páginas), Byrne reúne o resultado da conversa com 25 homens e mulheres que conseguiram escrever uma história de sucesso com seus negócios. No prefácio do livro, o autor conta que duas conversas com pouco mais de uma hora com Howard Schultz, da Starbucks, e Reed Hastings, da Netflix, em 2009, o deixaram tão entusiasmado que ele decidiu fundar a própria empresa. A obra também tem o perfil do brasileiro Eike Batista – apresentado como o homem mais rico do país e que pretende se tornar o número 1 do mundo.
“Quero que esse livro seja ao mesmo tempo uma reflexão sobre empreendedorismo e uma inspiração para os leitores que aspiraram criar algo especial e de valor”, escreve Byrne. Eu sua pesquisa, ele conseguiu identificar três atributos essenciais que levaram todos esses homens e mulheres a terem sucesso. Veja abaixo:
1. Mentalidade oportunista: “Onde os outros veem ruptura e caos, os empreendedores enxergam oportunidades. Muitos grandes negócios foram criados por pessoas capazes de identificar claramente uma oportunidade no caos de um mercado saturado. Foram as incríveis taxas de crescimento da internet que levaram Jeff Bezos a largar seu emprego em Nova York, mudar-se para Seattle, do outro lado do país, e abrir a Amazon.com em sua garagem. Ele agarrou imediatamente à oportunidade de usar a tecnologia da internet para oferecer aos clientes uma ampla seleção de produtos aos preços mais baixos disponíveis.”
2. Aceitação do risco e do fracasso potencial: “Os empreendedores estão dispostos a correr um risco muito maior que a maioria dos caras corporativos, mas isso não quer dizer que sejam imprudentes ou ingênuos no que se refere à possibilidade do fracasso”, diz. O que os empreendedores podem fazer, afirma Byrne, é assumir riscos calculados. “Eles são extremamente cautelosos e se asseguram de avaliar meticulosamente as oportunidades e os riscos que o empreendimento deverá enfrentar.”
3. Independência e controle: “Quase todo mundo quer ter o senso de independência e controle sobre a própria vida. Mas, no caso dos empreendedores, ter independência e controle é tanto uma necessidade quanto um desejo. Manfred Kets de Vries, professor de empreendedorismo do INSEAD, afirma que as pessoas com um foco externo de controle normalmente acreditam que os eventos ocorrem em consequência de circunstâncias que estão fora de controle. Por outro lado, as pessoas que possuem o que ele chama de “locus de controle” interno acreditam que os eventos de sua vida resultam diretamente das próprias ações e comportamento. Os empreendedores, segundo Vries, costumam ter um sólido locus de controle interno.”
* Na edição de dezembro de Pequenas Empresas & Grandes Negócios para o iPad, leia o trecho do livro que fala sobre a história John Mackey, fundador da Whole Foods Market.