Giuliana Reis é de Ribeirão Preto, interior de São Paulo, mas estudava na capital paulista. Todos os finais de semana, viajava sozinha para sua cidade, gastando quase R$ 200 entre combustível e pedágios, muitas vezes ficando presa no trânsito ao lado de vários outros motoristas com os carros vazios.
Essa vivência a influenciou a criar a Tripda, uma startup de caronas que incentiva os motoristas a dividirem o carro e os custos das viagens com outros passageiros. Em janeiro, Giuliana criou a empresa e foi falar com a Rocket Internet (grupo alemão por trás de empresas como Dafiti, Easy Taxi, Kanui, etc), que decidiu investir na ideia.
Apesar de não divulgar o valor do aporte, Giuliana diz que a Tripda está funcionando dentro do escritório da Rocket e já conta com 12 funcionários, além do apoio de outros trabalhadores do grupo alemão.
A Tripda não é a única nem mesmo a primeira startup a focar no mercado de caronas. Mas, aparentemente, ela foi tão bem planejada e conta com tantos recursos que Giuliana conseguiu convencer Rodrigo Sampaio, Co-CEO da Rocket na América Latina, a abraçar a ideia.
“Não achei ninguém fazendo isso (empresas para organizar caronas) no Brasil de forma profissional, era tudo pouco organizado”, explica Giuliana, que vê o país todo como mercado potencial. A empreendedora também explica que, diferente de algumas startups de carona, o foco é em viagens intermunicipais.
Há algumas funcionalidades interessantes e fundamentais no serviço, como a obrigatoriedade de fazer login pelo Facebook ou uma área do site só para mulheres darem ou receberem caronas de outras mulheres. “O Facebook acaba sendo um certificado digital da vida da pessoa, algo que passa mais credibilidade ao usuário”, explica. “Já em relação à área ‘só para elas’, foi criada porque percebemos que, do lado feminino, a questão de segurança era mais sensível, e algumas garotas se sentem melhor compartilhando o carro com outras mulheres”.
A questão da segurança é o principal foco da Tripda, segundo Giuliana. Eles também investem em recursos para os caroneiro e motoristas se avaliarem, dando notas ou deixando comentários entre si. Outro aspecto interessante é a lista de preferências. As pessoas podem dizer se aceitam que fumem no seu, se têm o costume de ouvir músicas durante a viagem, se aceitam a companhia de animais, etc.
O que falta ainda é um modelo de monetização. “Nosso foco agora é melhor a experiência do usuário e aumentar a nossa base. Este ano pelo menos não iremos pensar em monetização. É claro que queremos ter lucro, mesmo porque é com lucro que poderemos construir uma empresa cada vez melhor. Mas, no momento, nosso foco realmente é ter uma plataforma que ajude as pessoas”, explica. Segundo Giuliana, em um mês e meio de funcionamento, o serviço tem 2.500 usuários e mais de 5 mil caronas ofertadas.
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