A ideia de colocar um isótopo radioativo em decomposição dentro do seu peito pode te deixar um pouco desconfortável, e com razão. Mas em 1967, o Instituto Nacional do Coração (NHI) e a Agência de Energia Atômica (AEC) dos Estados Unidos queriam fazer isso acontecer na forma de um coração atômico movido a plutônio-238. Pense em Tony Stark com lixo nuclear em seu peito.
O programa, que tinha fundos do governo norte-americano, durou cerca de uma década e foi financiado por empreiteiros que fizeram um grande esforço para dizer que soluções atômicas eram as únicas possíveis. No The Atlantic, Shelley McKellar explica:
O dispositivo implantável ideal não devia ter linhas externas e conexões do paciente para fontes de energia externas e deviam durar por dez anos. Em comparação, baterias convencionais exigiam recargas múltiplas durante o dia de uma fonte externa e precisavam ser retiradas dos pacientes a cada dois anos.
Então essencialmente a Comissão de Energia Atômica viu um problema que eles poderiam, em tese, corrigir e aproveitaram a oportunidade para testar. Claro, isso criou um novo obstáculo: como você poderia incorporar conteúdo radioativo com segurança no corpo humano. O The Atlantic diz:
O NHI e a AEC disputaram pela forma apropriada de conduzir a pesquisa: o NHI criou um dispositivo não-atômico intermediário que foi implantado em animais, enquanto a AEC promoveu uma estratégia de design tudo-de-uma-vez. Mas ambas as agências viam os problemas como solucionáveis.
Então mesmo que a tentativa do NHI de manter material radioativo fora do corpo humano com um “dispositivo intermediário” parecia um pouco mais viável, o sonho combinado deles nunca se tornou realidade. Mesmo 50 anos depois, ainda não descobrimos um “dispositivo implantável ideal”. E com todos os avanços tecnológicos e de conhecimento, é fascinante pensar que, por mais que a gente tente, pode ser que nunca conquistemos perfeitamente a incrível complexidade do corpo humano. [The Atlantic]