A gente ainda sofre com a qualidade das operadoras móveis, nosso 4G engatinha enquanto o 3G sequer funciona a contento, mas nada disso impede que o Brasil brilhe quando o assunto é acesso móvel à Internet. Dois relatórios, um feito aqui e outro de fora, mostram que nós meio que gostamos dessas telinhas que se comunicam com o mundo e cabem no bolso.
A Teleco, a pedido da Huawei, realizou uma consultoria com base em dados da Anatel e informações das próprias operadoras para cravar o número de acessos via banda larga móvel. No mês de julho, foram 60,1 milhões, um aumento de 46% em relação ao início do ano.
A redução média de 7,8% no preço dos aparelhos móveis com 3G ajuda a entender esse número. Segundo Eduardo Tude, presidente da Teleco, “Hoje em dia quem compra aparelho novo tende a adquirir um com tecnologia 3G”. A queda no número de acessos móveis via aparelhos não habilitados para o 3G reforça essa ideia. No geral, 22,5% dos celulares em uso no Brasil usam redes 3G.
Lá fora, a Flurry, uma espécie de “Google Analytics para apps móveis”, compilou dados que mostram uma explosão internacional no uso de dispositivos Android e iOS.
O Brasil, que no relatório do ano passado havia ficado fora do Top 10 dos países com maior número de dispositivos do tipo ativos, tirou a 10ª posição da Austrália em 2012, com 13 milhões de aparelhos. Outro dado que impressiona é a taxa de crescimento; em um ano, a quantidade de Androids e iPhones aumentou 220% por aqui — só perdemos para Chile, com 279%, e China, com impressionantes 401% de crescimento no mesmo período.
A China, aliás, mostra-se um fenômeno também nas telecomunicações. Em um ano, o número de dispositivos Android e iOS cresceu de 30 para 128 milhões e, no ritmo atual, a Flurry estima que no fim do ano o país ultrapassará os EUA, hoje com 165 milhões.
A Teleco lembra, ainda, que o preço médio de um aparelho 3G no Brasil no pré-pago, ou seja, sem subsídio de operadoras, é R$ 1.002, sendo o mais barato comercializado a R$ 399. Com a promessa de smartphones mais baratos, é de se esperar que ano que vem os nossos números estejam ainda melhores. Vai, Brasil! [Flurry, UOL. Foto: Johan Larsson/Flickr]