O nome dessa filosofia de administração já é atrativo para qualquer empreendedor que tenha dificuldade em fazer as coisas fluírem dentro da sua empresa: “Gerenciamento Ágil de Projetos”. Nascida da cabeça de engenheiros do Vale do Silício no final da década de 1990 e começo dos anos 2000, essa escola ganhou um marco definitivo com o Manifesto para Desenvolvimento Ágil de Software, de 2001, que pode ser lido em português neste link: http://agilemanifesto.org/iso/ptbr/.
“As metodologias ágeis têm como origem um manifesto criado por um grupo de engenheiros que atuavam no Vale do Silício, nos EUA, e também no Canadá, em grandes empresas como a IBM e a Microsoft”, conta Anderson Nielson, diretor de peopler na Chaordic, uma empresa de softwares que tem sede em Florianópolis e adota o método. Segundo Nielson, esse grupo buscou referências na indústria metal-mecânica, principalmente no modelo de Lean Manufacturing (ou Manufatura Enxuta) criado pela fabricante japonesa e carros Toyota.
O objetivo era encontrar uma forma mais humanizada de trabalho, que concedesse mais voz aos profissionais que desenvolviam os softwares e também para o cliente final, que realmente vai usar o produto a ser desenvolvido, diz Nielson. “O objetivo é eliminar o desperdício, que é entendido como qualquer coisa que não agregue valor ao que está sendo produzido, como reuniões em excesso ou documentação demais”, explica.
Para o diretor, uma das grandes vantagens é a transparência no fluxo de informação e a rapidez no feedback, já que todo o desenvolvimento do processo é compartilhado pelo time que trabalha no projeto.
Além das empresas de software e tecnologia, a metodologia de processos ágeis já é adotada em ambientes criativos, como agências de design e publicidade. Nielson diz que já viu a filosofia ser adotada dentro de hospitais para planejar rotinas e processos.
Dentro dessa ideia de processos ageis, várias metodologias foram ganhando força. Uma das mais conhecidas é o SCRUM, mas há também a Crystal e XP, entre outras.
Conheça, de forma geral, algumas rotinas e metodologias dos processos ágeis:
Stand Up Meetings: Reuniões diárias, em pé, com duração máxima de 15 minutos. O encontro é feito sem conforto para que não se estenda e ocorre em torno de um quadro que tem o resumo do projeto. Em geral, essas conversas são em torno de três perguntas:
1) O que fiz até hoje?
2) Quais são os nossos principais desafios e dificuldades?
3) O que será feito até amanhã?
Neste quadro, os post-its são usados como ferramentas para organizar a evolução do processo. Segundo Nielson, eles são usados porque a ideia é que se pare de perder tempo buscando as melhores ferramentas em prol da agilidade. “O tempo de anotar num post ir é menor do que abrir um arquivo no Word, por exemplo”, diz.
Se você quiser se aprofundar mais, seguem algumas referências de livros e textos:
“A Meta – um Processo de Melhoria Contínua” – Eliyahu M. Goldratt, Jeff Cox
“Extreme Programming Explained: Embrace Change” – Kent Beck