Shobeir Shobeiri trabalha como líder de desenvolvimento de negócios na Pebble, ícone da nova geração de smartwatches que vem fazendo história como a campanha que mais captou financiamento coletivo no mundo (recorde no Kickstarter que ainda não foi batido depois de dois anos). Ele deu uma palestra em São Paulo (confira slides e gravação nesta matéria) e me visitou no escritório do Startupi e conversar sobre o produto, o mercado e as tendências do mundo vestível (wearable).
Em popularidade, o Pebble compete com as pulseiras Fitbit e Jawbone, mas estas estão longe de oferecerem o mesmo potencial para aplicativos e comandos ativadores da Internet de Todas as Coisas. Já foram vendidos 400 mil unidades do aparelho vestível, que conta com diferentes modelos e não restringe sua esperteza a um exibidor de notificações e alertas com um rastreador de movimento e localização, mas vem se tornando um controle remoto de interação com todo e qualquer aparelho que tenha um chip e uma conexão (seja Bluetooth ou com a Internet).
O caminho para a conquista do mundo dos objetos começou com os aplicativos nativos e passa pelos “companion apps” (de fitness, produtividade, comunicação, interação com veículos e vôos, etc.) que já são oferecidos por terceiros e precisam estar instalados no seu smartphone. Entretanto, não se sabe até onde essa capacidade pode chegar, pois a companhia oferece gratuitamente uma interface de programação com um kit de desenvolvimento de software e uma central de suporte a desenvolvedores que querem habilitar serviços dentro do reloginho que abre até os horizontes.
Duvida do potencial de diversidade da plataforma? Já teve até aplicativo para Pebble custeado inteiramente por doações de Bitcoin e empresas criando capinhas para Pebbles, pulseiras para Pebbles, suportes para carregamento de Pebbles. Pra completar: o bichinho ainda é à prova d’água, a bateria (recarregável via USB) dura uns 6 dias e ainda tem design elegante em seus diferentes modelos. Bem dizendo, é um candidato a melhor porteiro do mundo, pois vai te mostrar todos alertas instantaneamente e abrir a porta sem margem de erro.
O curioso: mesmo tendo passado pela aceleradora Y Combinator de Paul Graham, o Pebble não conseguiu mais investimento privado para produzir seu híbrido hardware-software. Às vezes, o mundo gira para o lado que os investidores não querem ajudar a girar.
Assista ao papo.
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