Meritocracia funciona mesmo? As gerações lidam com ela da mesma forma? Para começar a discussão, Eline Kullock questiona se a geração Y conseguese colocar no lugar do outro, exercício fundamental não apenas no mundo corporativo. Livia Barbosa afirmou: “A meritocracia é precária na sociedade brasileira e nós somos omissos em relação a ela”. “Se a geração Y não gosta de hierarquia, eu acho muito difícil que ela não seja adepta da meritocracia”, completou.
Bruno Coutinho, do BTG Pactual, defendeu o ponto levantado por Eline: “Ter a capacidade de refletir no que as outras partes estão pensando é o que nos leva a nos colocar bem”. Para ele, vivemos a “ditadura do argumento”, onde é preciso saber quais os valores mais importantes da sua empresa.
Mas a geração Y demanda meritocracia? Livia respondeu lembrando que essa é uma mudança essencial: “Pela primeira vez, é o seu talento que vai definir as relações da empresa. E isso é uma revolução”. “Meritocracia não é um estado, é um ideal que deve ser perseguido constantemente”, ressaltou. Eline lembrou quea meritocracia precisa sair do discurso. Segundo ela, é preciso que os empreendedores se perguntem “como minha empresa está aplicando a meritocracia?”.
Bruno falou de sua experiência com a geração Y: “Eu pergunto para eles se estão dando o melhor de si naquela empresa. Não estão? Por quê? Alguma coisa está errada”. Livia lembrou que é preciso ter cuidado ao exigir de cada cargo mais do que ele pode oferecer. Para ela, é preciso lembrar sempre que “o Brasil não tem um histórico meritocrático”, ou seja, estamos aprendendo a trabalhar assim. No entanto, ela garante que a meritocracia só traz benefícios: “ela nunca vai contra a sociedade”. E terminou com uma provocação aos Ys: “Se vocês desejam transparência e reconhecimento, vocês precisam lutar por um ideal meritocrático”.