O processo de desenhar o Social Media Week/SP possibilitou inúmeras experiências interessantes para cada um de nós. O desafio de montar um dos maiores eventos de comunicação digital do mundo, fazendo jus ao seu porte global mas entendendo as particularidades locais (do Brasil, não apenas de São Paulo), acabou trazendo muitos insights para todos.
Um dos nossos dilemas foi o da seleção dos debatedores. Quem chamar? O famoso, o estudioso teórico, o pensador prático ou o usuário comum? Além disso, havia sempre o desafio de fugir do “todos concordamos” que é comum prevalecer no começo de alguns debates. Por isso, buscamos juntar pessoas críticas e bem preparadas, para que cada uma pudesse defender suas ideias.
E, talvez por essa diversidade de pessoas e temas, o que mais me impressionou foi a reação à agenda. Com poucas exceções, o comentário comum era algo do tipo “adorei todos os eventos, exceto o debate X”. E cada um que escrevia isso trazia inúmeros argumentos de como o debate X não era interessante em contraste com os outros, que eram sensacionais por outros inúmeros motivos.
Nesse processo, o mais simbólico era que debates execrados por alguns eram fortemente elogiados por outros, e vice-versa. A mesma mesa recebia críticas ferrenhas e elogios derretidos – e, ao perceber isso, não podemos deixar de sentir uma pontada de vitória. Porque é exatamente nisso que acreditamos, na junção de pessoas que nem sempre pensam a mesma coisa.
Afinal, Social Media é, antes de qualquer coisa, SOCIAL. E é natural que pessoas diferentes gostem de coisas diferentes, e tenham visões diferentes. Foi com isso em mente que fugimos dos debates mornos, dos temas em cima do muro.
Para cada momento do SMW/SP tentamos oferecer um tema inusual, ou uma visão inusual de um tema comum. Cada pessoa e cada tema foram escolhidos por um motivo. E toda essa reação comprovou que conseguimos acertar.
Sim, o fenômeno das mídias sociais é formado por conexões entre pessoas, por insights publicitários e por mudanças comportamentais. Mas também é formado pelas webcelebridades, pelos produtores de conteúdo (mesmo que o conteúdo não lhe agrade), pelos revolucionários e questionadores, pelos anarquistas e destruidores, pelos que acham que está tudo bom e pelos que acham que tudo deve mudar.
Seria um engano construir um evento de mídias sociais sem trazer cada um desses ângulos para o palco. Lá em cima nós colocamos filósofos seguidos de comediantes, personagens fictícios seguidos de presidentes de empresas, especialistas em engajamento social seguidos de especialistas em engajamento publicitário.
O que esperamos é a vitória das pessoas de cabeça aberta. E que, diante de todo o conteúdo que reunimos, não importando o meio (ao vivo, via streaming, ou no YouTube depois do evento), você consiga dar um “LIKE” no SMW/SP, seja porque o evento ajudou você no lado profissional, permitiu uma visão diferente no uso pessoal ou mostrou um lado do mundo que você não conhecia.
Lucas Couto é um dos curadores de conteúdo do SMW/SP, junto com
Patrick Estrabom, Diego Remus e Michael Nicklas, e com o Edney Souza (Interney) como curador convidado.
