Este texto faz parte da coluna da Plataforma Brasil feito especialmente para os leitores do Saia do Lugar.
Sabemos que o empreendedorismo é uma atividade de fé, de crença em uma ideia fundamentada, de um estado de espírito. É também conhecida a elevada dosagem de auto confiança e coragem necessárias para se tocar um negócio, com todos os riscos e perigos envolvidos.
Requer muita análise, desprendimento, e mão na massa. Mas não é só isso. Exige a cabeça firme, acoplada ao pescoço, e os pés devidamente plantados no chão. Em resumo, requer um ingrediente fundamental (e raro): bom senso. É ele que vai transmitir confiança e tranquilidade a sócios, parceiros, banqueiros, colaboradores e investidores.
Sem ele, poderá até escutar gracejos admirados diante da sua coragem em enfrentar perigos que nenhum deles jamais enfrentaria, mas também observará que não moverão uma única palha na direção dos seus propósitos.
Ser detentor de crédito é algo maior do que capacidade de pagamento. Passa pelo conceito de credibilidade, pelo respeito profissional construído por meio da sua capacidade de analisar e assumir riscos possíveis, calculada e cuidadosamente.
Um empreendedor que acredita ser um super-herói acaba por se tornar um radical, cuja cegueira diante dos abismos o empurra rumo à inadimplência, ao descumprimento de contratos, ao não reconhecimento financeiro.
De toda forma, saiba que mesmo percebendo que raciocina como um radical, o mais importante é que na hora de agir, o bom senso seja recuperado, e os pés não saiam do chão evitando decolagens desastrosas.
Sendo assim, observe as dicas abaixo e fuja desta armadilha:
1- Diante do inevitável, da realidade nua e crua, não se engane, enfrente os problemas com clareza e objetividade.
2- Estabeleça claramente a reserva de recursos pessoais que serão aportadas no seu negócio, colocando os devidos limites para que em caso de insucesso o seu patrimônio pessoal não vire pó.
3- Não negue a realidade, por mais dura que ela seja. Só o fato de reconhecê-la adequadamente e de forma lúcida, já é o suficiente para evitar o pânico entre credores, parceiros e investidores.
4- Acredite em você e na sua ideia ou projeto, mas evite se levar tão a sério. Faça a uma auto crítica recorrentemente.
5- Não descarte a experiência de empresários dotados de maior vivência, e que estão tentando alertá-lo. Antes de tampar os ouvidos, escute e analise. Se for o caso jogue os conselhos no lixo, caso contrário, agradeça e mude de rota.
6- Evite modismos de ocasião. Seja sólido e tenha personalidade. Você não precisa seguir modelos enlatados.
7- Nunca se esqueça de que uma empresa precisa gerar lucro e trazer o seu merecido prêmio financeiro. Se esse não é o foco principal monte uma ONG, ao mesmo tempo lhe possibilitará as devidas isenções fiscais.
8- Por mais que se sinta confiante, preserve o mínimo de ceticismo, sobre os outros e sobre você também.
9- Não fique constrangido ao reconhecer erros e mudar de rota, por mais que tenha sustentado o contrário.
10- Se for o caso, saiba a hora certa de cair fora e encerrar temporariamente o seu sonho. Em seguida avalie os erros e recomece mais experiente.
Boa sorte.
Gustavo Chierighini, da Plataforma Brasil
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