Na temporada de estréia de Game os Thrones, fãs de mundos fantásticos ficaram loucos com a abertura – e seu mapa animado. Quem passou a infância e adolescência em meio a fichas de RPG e apêndices de livros do gênero, sabe que mapas são o ponto de apoio quando a narrativa se desenrola à nossa frente, propondo geografias improváveis que soam prontas e fantasticamente realistas a cada página lida.
Se duvida, faça um rápido teste mental: Como você sabe que o fardo que Frodo Baggins carrega é enorme? Pois olhando o mapa você descobre o quanto o baixinho andou carregando o “Um Anel”. E como os malditos cães Argonianos sabem que o bicho vai pegar em questão de dias? Pois, olhando o mapa, você (ou eles) sabem que Conan, o bárbaro mais sinistro daquelas paragens, se aproxima de sua costa…
Jerry Gretzinger é um entusiasta da criação de mundos fantásticos e levou seu sacerdócio (não há outra maneira para definir tamanha dedicação) ao extremo renascentista, ao projeto perfeito, à loucura com metodologia.
Nos últimos 50 anos, criou à mão, ficha a ficha, folha a folha, quadrantes de um mundo que nunca parou de crescer, ganhando vida e regras próprias em seu desenvolvimento. Hoje já são mais de 2.000 painéis que cobrem 150m2 de área (reprodução aqui) em uma obra de arte que acompanhou até mesmo a evolução tecnológica do seu tempo. Já fez colangens nos anos 80 e hoje registra a criação em planilhas eletrônicas em seu blog. Conhecendo sua metodologia, fica clara uma influência de jogos de CARDs e tabuleiros que, para ele, são como oráculos de vida e voz própria.
“Sou apenas o observador”, confessa.
Os mais atentos verão similaridades com o livro-filme “Contato”, principalmente nos códigos anotados nos cantos das páginas, fundamentais para o mapa ter lógica. Os mais nacionalistas enxergarão até mesmo um “quê” de “Bispo do Rosário em Jerry”: louco-gênio escondido em um porão nas primeiras horas da madrugada trançando parangolés de mundos improváveis. Inspiração para muita gente que acordou com preguiça de clicar três vezes em seu Illustrator/Photoshop e obter o efeito e posteridade desejados.
Post originalmente publicado no Brainstorm #9
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