Ok, ele é um baita marketeiro: tem uma noção excelente de marketing, mas também sabe se colocar como guru, aproveitando o zeitgeist ou até antecipando-o (que é sonho de consumo dos intelectuais de negócios). Então por que estou divulgando? Porque o livro fala de várias coisas que precisam ser abraçadas por startups.
Quais coisas que ele fala precisam ser abraçadas por startups:
- a celebração do poder de escolha: não se importe em ser o único ou o primeiro, mas sim o melhor;
- tratamento diferenciado: algumas companhias filtram o cliente por categorias de atendimento, mas há várias outras formas de seu cliente se sentir legítimo, “com a dignidade e respeito que vem do fato de ser ouvido” – não como um produto, categorizado;
- dar autoridade ao cliente, opções de consumir como a pessoa única que ele é;
- deixar as pessoas se conectarem a causas, coisas, outras pessoas – não reduzi-las!
Por que ele acredita nisso? Por que o mundo de produção industrial em escala e dos mercados de (comunicação em) massa funcionaram muito bem durante um contexto de conformidade mas agora não funcionam mais tão bem num contexto de inovação, empreendedorismo, escolhas, variedade, autenticidade. É o princípio do push sendo substituído pelo do pull.
Dessa legitimidade do ser humano, cheia de variedade, mesmo enquanto cliente, advém a “estranheza” de cada um, as características únicas, não-manipuláveis, às vezes nem mesmo rotuláveis.
E esses são argumentos que defendo: as startups (muito mais do que empresas tradicionais estabelecidas com modelos de negócio banais) devem significar o ressurgimento do consumo por meio de um consumidor “empoderado”. Quem vive em cidade grande já deve ter se sentido “pequeno” perante situações de consumo que beiram o sequestro (de tão ruim atendimento), e também quem mora em cidade pequena já deve ter se sentido “desatendido” pelas coisas que não chegam lá, que não se interessam em um mercado pequeno (como se os produtos fossem geograficamente imobilizados).
Enfim. Baixei a amostra grátis digital e espero não me decepcionar. Afinal, Philip Kotler já lançou Marketing 3.0 com argumentos parecidos. Em todo caso, sempre é bom ver mais alguém aproveitando sua visibilidade e credibilidade para defender um futuro melhor por meio do consumo – ao invés de fora do consumo, ou dentro do consumo mas fora de um futuro melhor.
Eu sou estranho, adoro ser e sempre vou ser. Fiquem perplexos mas não se preocupem, adoro consumir. Cada vez mais gente pensa e age assim. Atendam-nos da forma que merecemos, não da forma que vocês querem!